Adriano Moreira, em entrevista ao jornal i, falou de Portugal, da Europa e das alterações pelas quais o país passou com a crise e com a presença da troika, mas pretende manter o silêncio em relação ao futuro. As eleições estão próximas e, sem todos os programas apresentados, prefere não falar.
O ex-presidente do CDS acredita que seria necessário “ver se a definição ideológica de cada partido ainda é aquela que orienta a sua intervenção atual”. Numa Europa que tanto mudou desde o início, os ideais mudaram, “o mundo é completamente diferente”, a abstenção mede a “relação de confiança entre as sociedades civis e os governos” e há necessidade de mudança.
“A própria Europa está dividida em duas europas: a dos pobres (Chipre, Grécia, Itália, Portugal, ou seja, o Império Romano) e o Norte. De tal maneira que os caminhos por onde os bárbaros desceram para destruir o Império são aqueles por onde hoje sobem os imigrantes em busca de futuro”, disse referindo-se aos problemas no mediterrâneo.
Assim, Adriano Moreira frisa que “não é de estranhar que a responsável pela segurança e defesa autónoma da Europa tenha proposto a criação de um exército europeu”.
Em relação a Portugal, o antigo ministro do Ultramar crê que “empobrecemos enormemente”, e revela o que acredita ser um problema “fácil de enunciar: os portugueses precisam de trabalho e pão sobre a mesa”, algo que parece ser “simples” mas que é verdadeiramente necessário.
Adriano Moreira garante que a comunicação social será relevante nas eleições presidenciais e tem a obrigação de transmitir às pessoas informações sobre os candidatos. “Precisamos de saber coisas sobre a personalidade real deles”, explica.
Quanto a Sampaio da Nóvoa, candidato a Belém, lembra que “foi um excelente reitor da Clássica, o principal obreiro da fusão entre a Clássica e a Técnica, é um intelectual respeitado”, garante. Contudo, não pretende ser “adivinho” em relação às eleições e acredita que Portugal deve rever o estatuto de Presidente da República.