Futuro da Europa joga-se nos países do sul
A porta-voz do BE, Catarina Martins, afirmou hoje que "muito do futuro" da União Europeia se joga nos países do sul e que o novo governo grego "mostra que pode ser viável" uma política oposta à austeridade.
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Política Catarina Martin
Em declarações à agência Lusa, a dirigente bloquista, que participa no sábado, com a eurodeputada Marisa Matias, numa "manifestação pela mudança", no centro de Madrid, promovida pelo Podemos, considerou que há "uma força que cresce na Europa para que a política seja toda feita de forma diferente".
"Sabemos já que os governos da direita vão ser derrotados, sabemos que o governo da direita vai ser derrotado em Espanha e que o governo da direita também vai ser derrotado em Portugal, mas é preciso saber mais do que isso, é preciso saber que também que a essa derrota vai seguir-se uma política completamente diferente", declarou.
A líder do BE reconheceu que as situações da Grécia ou de Espanha não são iguais à de Portugal, mas disse acreditar "um novo confronto ao nível das instituições europeias" centrado na renegociação das dívidas e na oposição à austeridade possa "ajudar a que em Portugal também haja coragem para um novo rumo".
Até porque, segundo Catarina Martins, "o PS não é uma alternativa real" à austeridade, capaz de romper com "uma grande submissão ao diretório europeu".
"Que o PS não é o Syriza nós já sabemos", ironizou, a propósito de declarações do deputado socialista Sérgio Sousa Pinto.
"O quadro político em Portugal é diferente [do grego ou espanhol], mas o PS não tem descolado a nível europeu, votou em Jean-Claude Jucker para presidente da Comissão, aprovou o Tratado Orçamental, assinou o memorando da 'troika'. O PS continua a não dizer uma palavra clara sobre questões tão prementes como a renegociação da dívida ou a rejeição da austeridade", observou.
Catarina Martins defendeu que a ação do novo governo grego pode impulsionar os partidos que querem "uma mudança radical" do sistema e ajudar a acabar com "a ideia de que a austeridade era o único futuro".
"Acho que o sul da Europa pode mudar nos próximos meses e é aqui que se joga muito do futuro de toda a Europa", afirmou, numa alusão às eleições legislativas em Portugal (setembro/outubro) e em Espanha (fim de 2015/início de 2016).
"A vitória do Syriza [na Grécia] põe o centro da política europeia onde ela deve estar, com uma proposta económica que mostra que pode ser viável dar resposta às pessoas, dizendo que é preciso renegociar as dívidas dos países periféricos, a dívida grega, mas também a dívida de Espanha, de Portugal, de Itália, esse movimento é muito importante", acrescentou.
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