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Polémica marina do Lugar Baixo foi "único azar" da governação

O presidente do Governo da Madeira disse hoje que o projeto da polémica marina do Lugar de Baixo, no concelho da Ponta do Sol, que vai receber mais 600 mil euros do orçamento regional, foi "um azar" do seu executivo.

Polémica marina do Lugar Baixo foi "único azar" da governação
Notícias ao Minuto

12:40 - 09/12/14 por Lusa

Política Jardim

"Foi o único azar que tivemos ali em 30 e muitos anos. Fiz 4.839 inaugurações, houve um azar. Estamos a consertar um azar", afirmou Alberto João Jardim aos jornalistas à margem da discussão do Orçamento e Plano regionais para 2015, quando questionado sobre a resolução do executivo insular publicada no Jornal Oficial que atribui à sociedade da Ponta Oeste da Madeira mais 600 mil euros para a reconstrução dos paredões daquela marina, uma infraestrutura na qual já foram investidos cerca de 100 milhões de euros.

O governante social-democrata sublinhou que o projeto "tem de ser readaptado", argumentando que a marina do Lugar de Baixo "está sujeita a processo judicial": "O governo pediu indemnizações aos laboratórios, aos projetistas, porque aquilo tem que ser posto direito".

O responsável adiantou que o espaço "não vai funcionar como marina e também não vai funcionar como zoo, como queriam", e mencionou que neste tipo de projeto, entre outros aspetos, "poderia haver uma certa repercussão negativa em relação à utilização ali dos animais".

O líder madeirense assegurou igualmente que a marina "não vai encerrar e vai ficar para atividades náuticas e de lazer".

De acordo com a resolução publicada no Jornal Oficial, a homologação de 600 mil euros para a marina do Lugar de Baixo está abrangida pelo "Programa de Reconstrução da Madeira - Intempérie de 2010".

O projeto da marina do Lugar de Baixo, inaugurado em 2004, tem sido muito criticado na Madeira, visto que teve um custo inicial superior a 36 milhões de euros, mas devido à necessidade de frequentes obras de recuperação, na sequência de prejuízos provocados pelas tempestades na orla marítima, o montante dos investimentos já ultrapassa os 100 milhões.

As primeiras notícias de problemas com a estrutura - devido à força das ondas - datam de 2005, altura em que foi fustigada pelo menos cinco vezes.

Já em 2006, a marina foi interditada à população devido ao perigo de queda de pedras no local, decisão suportada por um parecer do Laboratório Regional de Engenharia Civil.

Este parecer mencionava ser impossível "garantir, com caráter definitivo e de forma perentória", que não ocorreriam quedas de pedras e derrocadas, dadas as características orográficas e geológicas de uma terra como a Madeira, porque tudo depende das condições de erosão e degradação da referida escarpa.

A marina foi construída com capacidade para 297 embarcações entre os oito e os 25 metros e foi aberto um concurso público para a subconcessão dos terrenos adjacentes para a construção de um projeto imobiliário pelo grupo Pestana.

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