Por considerar que “o estado do sistema político não serve a democracia em Portugal”, dois politólogos apresentaram, numa conferência na Fundação Calouste Gulbenkian, aquela que consideram ser a melhor forma de os portugueses votarem nos candidatos políticos.
O voto preferencial dá ao eleitor a possibilidade de escolher o partido que prefere, mas também de selecionar, dentro do partido, o seu candidato preferido para entrar na Assembleia da República.
A proposta de Marina Costa Lobo e José Santana Pereira ainda não foi apresentada aos partidos políticos. Mas estes planeiam fazê-lo, num seminário para o qual serão convidados os representantes dos partidos com assento parlamentar.
É uma “solução idêntica à encontrada nos Países Baixos” e ultrapassa a crise de afastamento entre eleitores e eleitos, explicou Marina Costa Lobo ao Público, acrescentando: “Não altera a proporcionalidade na Constituição nem o desenho e a dimensão dos círculos na lei. É uma forma de dar mais voz aos cidadãos, sem pôr em causa a constitucionalidade”.
Quanto à contagem dos votos, os politólogos apostam no “exemplo holandês, de utilização da quota de Hare”.