PS e Chega estiveram reunidos com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, em São Bento, para preparar a participação de Portugal na Cimeira da NATO na próxima semana e refletir sobre o reforço da Defesa. Enquanto o PS pediu "esforço" e uma "leitura mais precisa" sobre o impacto do investimento no setor, o Chega garantiu "pragmatismo" e pediu uma decisão tomada com "rapidez".
À saída da reunião desta quarta-feira, o presidente do PS, Carlos César mostrou compreender que "face à emergência que estamos a viver e com que nos estamos a confrontar no espaço europeu" é importante que "já neste ano de 2025 o Governo possa fazer um esforço no sentido de se aproximar dos 2% de despesa na área da Defesa Nacional".
O socialista, também secretário-geral interino do PS, falava aos jornalistas na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, ladeado pelo candidato único do PS à liderança do partido, José Luís Carneiro, após uma reunião de cerca de 45 minutos com Montenegro convocada pelo executivo a propósito da cimeira da NATO que decorre na cidade de Haia, Países Baixos, nos dias 24 e 25.
Carlos César disse ter transmitido ao chefe do executivo que o reforço do investimento na área da Defesa, pedido pela NATO, não deve prejudicar o Estado Social nem a "sustentabilidade das finanças públicas" e apesar de considerar "difícil" atingir este objetivo, Portugal deve demonstrar aos parceiros internacionais que está a trabalhar nesse sentido.
Do lado do Chega, o presidente do partido, André Ventura, assegurou que o Governo pode contar com o "pragmatismo e responsabilidade" em matérias de Defesa e defendeu uma maior autonomia da União Europeia nesta matéria.
"Nesta matéria [o Governo] contará com o Chega para pragmatismo, responsabilidade e decisão o mais rápido possível, porque esta é uma área que obriga e implica a ação rápida da parte do Governo de Portugal, visto que estamos muito atrasados em relação àquilo que devíamos ter feito", considerou André Ventura.
Ventura rejeitou fazer "jogo político" ou "confronto" com a área da Defesa e escusou-se a partilhar detalhes do plano que o Governo diz ter para atingir os 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em despesas militares já este ano, objetivo incluído no programa do executivo e que inicialmente estava previsto para 2029.
Já o primeiro-ministro reiterou que o reforço do investimento em Defesa não afetará o equilíbrio das contas públicas nem as despesas sociais e manifestou abertura aos contributos da oposição, em especial dos maiores grupos parlamentares.
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