"Esta eleição, pela primeira vez, no Dia Internacional dos Museus, dia 18 de maio, é um momento marcante, histórico, que vai delinear a extensão territorial do JPP a nível nacional, mas sem dúvida é o momento e mérito próprio deste movimento que se tornou partido e de todos os cidadãos que confiaram em nós", declarou Élvio Sousa.
O secretário-geral do JPP falava numa unidade hoteleira, no concelho de Santa Cruz, na Madeira, onde o partido está a acompanhar a noite eleitoral, após a divulgação oficial de que o cabeça de lista do círculo desta região autónoma, Filipe Sousa, foi eleito.
Cerca das 21h40, quando foi confirmado oficialmente que o partido elegeu um deputado à Assembleia da República, algo que nunca tinha acontecido, os militantes e simpatizantes do JPP presentes na sala aplaudiram e festejaram a eleição.
"Hoje é um momento histórico também porque mostra que o mérito do partido Juntos Pelo Povo não foi ter uma referência em Lisboa ou no Porto, foi ter uma referência na Região Autónoma da Madeira", considerou.
Élvio Sousa acrescentou que o JPP é um partido autonómico, de base participativa, "que vai defender, sem sombra de dúvidas, todos os interesses dos madeirenses e porto-santenses e, na generalidade, o interesse de todos os portugueses".
O dirigente reforçou que o crescimento territorial do JPP, que "não é um partido tradicional", é significativo, já que "não surgiu de escolas partidárias" e tem origem num movimento de cidadãos.
O responsável assumiu o compromisso de representar a região, o país, e "afirmar o JPP como uma referência inequívoca da cidadania participativa no país".
Por seu turno, Filipe Sousa, eleito deputado, fez um "agradecimento muito profundo" aos madeirenses, referindo que o partido aumentou a votação em quase três mil votos face às últimas eleições legislativas.
"Com todo este crescimento dos populismos conseguimos superar e a verdade é que superámos sem estarmos à sombra dos líderes nacionais", enalteceu.
Filipe Sousa reconheceu também que já sentia "um aperto na barriga há várias semanas" e que, agora que foi eleito e o partido fez história, "o peso da responsabilidade poderá ser superior".
"As questões da Madeira estarão à frente", assumiu, ressalvando, porém, que caso o JPP seja "o fiel da balança", terá de "ter em consideração a estabilidade nacional, aquilo que o país precisa".
Filipe Sousa reafirmou que não passa "cheques em branco a ninguém" e que é preciso "analisar o caderno de encargos, quer seja à esquerda ou à direita".
A linha 'ferry' entre a Madeira e o continente, assim como uma proposta para que os madeirenses paguem diretamente o valor final previsto no subsídio social de mobilidade nas viagens aéreas são as principais prioridades, reiterou.
Filipe Sousa é um dos fundadores e ex-presidente do partido, mas atualmente não assume nenhum cargo de dirigente, sendo presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz desde 2013, função que suspendeu em 07 de abril para encabeçar a lista às legislativas.
Na segunda-feira retoma o mandato na Câmara até à altura em que tomará posse como deputado à Assembleia da República, adiantou.
O JPP nasceu de um movimento de cidadãos no concelho de Santa Cruz, na zona leste da Madeira, cuja autarquia lidera desde 2013 com maioria absoluta, e tornou-se partido em 2015, ano em que elegeu cinco deputados ao parlamento regional.
O partido concorreu, nas eleições de hoje, em 10 círculos eleitorais: Coimbra, Braga, Faro, Setúbal, Porto, Lisboa, Madeira, Açores, Europa e Fora da Europa.
Nas eleições legislativas de 10 de março do ano passado, obteve 19.145 votos (0,31%), o melhor resultado em nacionais até então, mas falhou a eleição.
[Notícia atualizada às 23h19]
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