Carlos Moedas falava num almoço do último dia de campanha da AD -- Coligação PSD/CDS-PP exclusivamente com apoiantes mulheres, na Estufa Fria, em Lisboa.
O autarca da capital começou por defender que a AD "é o feminismo bom", e citou os exemplos de Manuela Ferreira Leite, primeira mulher líder de um partido, o PSD, Leonor Beleza, que "inventou a palavra ministra", ou de Assunção Esteves, a primeira mulher presidente do parlamento, contrapondo que o PS teve "zero líderes".
Na sua intervenção, Moedas criticou o líder socialista por agora defender regras para a imigração.
"Mas ele esteve lá oito anos, ele nunca fez nada, ele é responsável por 120 mil imigrantes que entraram em Portugal sem qualquer filtragem, ele é o responsável por a imigração estar descontrolada e não o podemos esquecer", acusou.
Em contraponto, disse, o líder do PSD, Luís Montenegro, é "um homem de pôr ordem, de regras e de lei".
"Só o Luís Montenegro pode trazer estabilidade ao país para que as pessoas possam ter uma vida melhor (...) Mereces um grande maioria, que traga estabilidade e moderação ao pais para com essa estabilidade mudar Portugal", disse.
O presidente da Câmara de Lisboa acusou ainda "a esquerda de ter trocado o feminismo pelo 'wokismo'" e apenas defender as mulheres como "instrumento da sua ideologia".
"A esquerda que o Pedro Nuno Santos representa, ele representa essa esquerda que acredita que o 'wokismo' é o futuro, nos acreditamos que o futuro é o feminismo", disse.
Num discurso dirigido às eleitoras mulheres, Moedas defendeu que, atualmente, que há dois discursos extremados: "o da extrema-direita machista e de uma esquerda que trocou o feminismo pelo 'wokismo'".
"A extrema-direita a defender que as mulheres fiquem em casa e que dependam dos seus maridos. É isto que defende a extrema-direita, é isto que é votar no Chega, não queremos isso. E uma extrema-esquerda em que a mulher só é defendida se for de esquerda, se não for de esquerda não é mulher", acusou.
Moedas relatou um episódio que disse ter-lhe sido contado ontem por duas jovens de que tinham medo e "não se sentiam seguras em certas zonas da cidade".
"Fiquei com o coração partido porque em pleno século XXI isto não pode, não deve acontecer, as nossas filhas não se podem sentir inseguras na rua porque são mulheres, têm que ser protegidas", afirmou, questionando onde estavam "as porta-vozes do feminismo de esquerda" quando "numa semana foram violadas três mulheres no Martim Moniz".
"Porque será? Será que o 'wokismo' está à frente do feminismo, quando que vimos a extrema-esquerda despedir mulheres grávidas", questionou, numa crítica indireta a uma caso que envolveu o Bloco de Esquerda.
O autarca lisboeta deixou ainda uma palavra de solidariedade a Montenegro "pela resiliência que tem tido e os ataques que a sua família tem sofrido", numa aparente referência ao caso da empresa familiar Spinumviva.
"O ditado antigo diz que atrás de um grande homem está uma grande mulher. Eu diria que ao lado de um grande homem está uma grande mulher, e essa mulher é Carla Montenegro", saudou.
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