"Há uma necessidade de renovação, porque os partidos antigos claramente já não têm mais nada a acrescentar", afirmou a presidente da Nova Direita (ND) e cabeça de lista do partido pela capital, Ossanda Líber, durante uma arruada que decorreu entre o Parque das Nações, concelho de Lisboa, e Moscavide, concelho de Loures, sustentando que os partidos com assento parlamentar não respondem aos "problemas das pessoas", pelo que "há uma necessidade de renovação".
Ossanda Líber deixou críticas aos partidos de direita, considerando que têm "feito um péssimo trabalho no último ano" e apontou que a maioria relativa que lhes foi conferida "não foi aproveitada".
Questionada sobre a presença de vários antigos líderes sociais-democratas no almoço organizado hoje pelo PSD a propósito do 51.º aniversário do partido, a presidente da ND disse lamentar que o partido não tenha jovens "capazes de trazer energia para a campanha sem ter necessidade de ir buscar dinossauros".
"Estes partidos já não têm nada. Já nem têm energia. Já nem sequer atraem pessoas com qualidade" para "fazerem política adequada aos novos tempos", atirou Ossanda Líber, estendendo a crítica também ao Bloco de Esquerda, por "ir buscar pessoas do passado".
A presidente da ND deixou ainda críticas à Iniciativa Liberal, referindo que o partido liderado por Rui Rocha tem a ilusão de ser "absorvido pelo PSD" .
A ND garantiu, por isso, ter as soluções para os problemas do país e apontou a habitação, a saúde e a educação como as áreas prioritárias.
"Um país que não está com capacidade de entregar habitação, saúde, educação compatível com aquilo que é necessário no mercado, o que o país está a fazer? É um país falhado", lamentou.
No plano da habitação, a ND quer o Estado a construir casas e a vendê-las aos portugueses a preço de custo.
"Não estamos aqui a falar em oferecer casas. Estamos a falar em comprar, mas sem aquele fator de especulação", sustentou a presidente do partido, admitindo que possa existir um "endividamento temporário" do Estado para executar a medida.
Por outro lado, para os arrendatários propõe que estes "passem a descontar esse valor como um valor de compra", de modo a que "ao fim de algum tempo se tornem proprietárias" das mesmas.
Relativamente à educação, Ossanda Líber considerou que o país está a formar jovens "de forma indiscriminada" para "profissões que muitas vezes não têm saída profissional", razão pela qual defendeu a adequação do ensino às necessidades do mercado, de modo a orientar os jovens para as profissões que o país precisa.
Nesta arruada tímida, sem direito a tambores ou bandeiras em punho, Ossanda Líber contou com a presença de sete militantes, que a acompanharam no contacto com os cidadãos.
A líder do partido foi entregando panfletos a quem ia passando e até encontrou quem garantiu que, apesar dos apelos, não vai votar: "Com 90 anos, já estou farto disto", disse Miguel, referindo que "sempre votou", mas que este ano não vai votar.
Perante a assertividade, a líder do ND alertou que a "abstenção só prejudica os partidos novos" e apelou ao voto.
O Nova Direita vai concorrer a 13 dos 22 círculos eleitorais nas eleições de 18 de maio, sendo que nas eleições legislativas de 2024, as primeiras às quais o partido concorreu, obteve 0,25%, com 16.442 votos.
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