No final da apresentação do programa +Inovação +Indústria, na Associação Empresarial de Portugal (AEP), em Matosinhos, Pires de Lima foi questionado pelos jornalistas sobre as declarações da diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, que disse que Espanha é o único país da zona euro a progredir devido às reformas estruturais que começam a dar resultados, tendo inclusivamente apelado aos outros Estados para que "passem das palavras aos atos".

"Não conheço o contexto das declarações que foram proferidas, mas aquilo que sei é que os indicadores de competitividade internacional e que não são suscetíveis de variarem em função desta ou daquela opinião, deste ou daquele comentário descontextualizado, assinalam que Portugal foi o país onde a competitividade mais progrediu em 2014, em toda a Europa", reiterou.

Segundo Pires de Lima, Portugal já estava bem noutros indicadores internacionais, evidenciando que "factos são factos" e que "todos os portugueses" - expressão que fez questão de repetir duas vezes - "se devem sentir satisfeitos por este reconhecimento do trabalho e do esforço" que tem vindo a ser feito.

Já durante a sua intervenção durante a apresentação do programa, o governante tinha tecido duras críticas aos partidos da oposição pelo silêncio relativamente aos dados do 'ranking' da competitividade conhecidos na passada quarta-feira, que davam conta de um "salto importante pela primeira vez em muitos anos".

"E lamento que a um progresso tão substancial da competitividade da nossa empresa, mérito da universidade, da escola, da ciência, das empresas, dos empresários, dos trabalhadores do setor privado, mas mérito também da administração pública, a oposição política não saiba dizer nada, não saiba valorizar este esforço", criticou.

Pires de Lima disse que esperou que "também os partidos da oposição valorizassem este salto importante", mas que "nem quarta, nem quinta, nem sexta, nem no fim de semana houve uma reação" por parte desses partidos e que "hoje, quase uma semana depois, a oposição ao Governo continua em silêncio".

Perante a insistência dos jornalistas relativamente às declarações da responsável máxima do FMI, o ministro da Economia garantiu que "o reconhecimento é internacional" já que Fórum Económico Mundial, Banco Mundial e Forbes "são estes os indicadores mais credíveis e mais atendidos pelos investidores em termos de competitividade mundial e, em todos eles, Portugal deu saltos importantes".

"Os 'rankings' internacionais provam à evidência que Portugal deu um salto maior que todos os outros países em termos de competitividade internacional", enfatizou.

Questionado sobre se desvalorizava estas declarações de Christine Lagarde, Pires de Lima disse apenas: "não as conheço".

Outro tema levantado pela comunicação social foi a aparente falta de sintonia dentro do Governo relativamente aos impostos.

"Não me vou pronunciar. Eu acho que tem havido algum debate sobre essa matéria mas eu não me vou pronunciar. Vou guardar as minhas posições para a discussão em Orçamento do Estado, que aliás vai iniciar-se em breve. Toda a gente sabe, porque eu já me pronunciei várias vezes sobre esta matéria, tanto em termos de IRC, como em termos de IRS, aquilo que eu penso sobre este assunto", respondeu apenas.