Com Albuquerque, novo acordo com o PSD é "difícil", avisa PAN/Madeira
A nova porta-voz do PAN/Madeira e deputada única do partido no parlamento regional, Mónica Freitas, afirmou hoje que o facto de o presidente do executivo madeirense ser arguido e cabeça de lista às eleições antecipadas torna "difícil" um novo acordo.
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Política Eleições/Madeira
"O PAN já anunciou que não concorda com algumas das posturas que foram assumidas no âmbito da crise política que se instaurou", disse, para logo reforçar: "Há um processo judicial que continua a decorrer [...], Miguel Albuquerque sabemos que se irá recandidatar como candidato [cabeça de lista] pelo PSD/Madeira, o que torna também difícil para o PAN ter esta abertura de voltar a ter um acordo de incidência parlamentar com o PSD."
Mónica Freitas falava no âmbito da reunião da assembleia de filiados do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), no Funchal, que elegeu a nova comissão política do partido na Madeira, sendo que a deputada única foi nomeada porta-voz regional.
O partido apresentou também a lista de candidatos às eleições legislativas antecipadas de 26 de maio na Madeira, que é encabeçada por Mónica Freitas, seguida por Marco Gonçalves, Valter Ramos, Catarina Matos e Jéssica Nunes.
"Estamos disponíveis, como sempre estivemos, para ter uma postura séria, responsável, de trabalho na Assembleia Legislativa regional", disse a nova porta-voz, para depois acrescentar: "Nós acreditamos que as maiorias absolutas serão cada vez mais difíceis e, portanto, todos os partidos a partir de agora terão a responsabilidade e o bom senso de saber articular, trabalhar em conjunto e pensar em primeiro lugar no bem-estar da população."
Após as eleições regionais de 24 de setembro de 2023, Mónica Freitas assinou um acordo de incidência parlamentar com os social-democratas, viabilizando o Governo Regional de coligação PSD/CDS-PP, que ficou a um deputado da maioria absoluta (elegeu 23 representantes -- 20 social-democratas e três centristas -- num total de 47 que compõem o parlamento madeirense).
Em janeiro deste ano, a deputada do PAN retirou o apoio ao chefe do executivo, o social-democrata Miguel Albuquerque, por este ter sido constituído arguido no processo que investiga suspeitas de corrupção na Madeira.
Albuquerque apresentou, por isso, a demissão do cargo e o Governo Regional entrou em gestão em fevereiro.
Na sequência da crise política, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolveu o parlamento da Madeira e convocou eleições antecipadas para 26 de maio.
"O objetivo do PAN para estas eleições é reforçar o trabalho que tem sido feito na Assembleia Legislativa regional nestes curtos seis meses e também continuar a levar avante o nosso projeto, que foi delineado para quatro anos, que teve um desafio e uma responsabilidade diferentes ao ter um acordo de incidência parlamentar", explicou.
A líder regional do Pessoas-Animais-Natureza considerou, por outro lado, que o partido tem uma "forma diferente de ser e de estar".
"Foi um partido de responsabilidade para o garante da estabilidade, um partido que trouxe também para o Orçamento regional [que não foi aprovado] uma visão muito mais abrangente, que envolvia a causa animal, a causa ambiental e também os direitos das pessoas", vincou.
A porta-voz nacional do PAN e deputada única na Assembleia da República, Inês de Sousa Real, participou na assembleia de militantes no Funchal, tendo afirmado que é "fundamental garantir que a estabilidade governativa não é feita a todo o custo".
Inês de Sousa Real referia-se ao facto de Miguel Albuquerque ter sido constituído arguido e continuar a governar, mas também vincou que o PAN respeita a presunção de inocência.
"Aquilo que não pode acontecer de todo é, de facto, estar em causa a confiança que os madeirenses e porto-santenses possam sentir na governação e, tendo em conta estes princípios em que assenta o trabalho do PAN, nós acompanhamos e valoramos a decisão da nossa deputada única [de retirar o apoio ao presidente do executivo]", explicou.
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