Pedro Nuno defende sentido de comunidade contra individualismo da direita
O secretário-geral do PS apresentou-se hoje como um defensor do sentido de comunidade, dos valores da empatia e da cooperação, com o Estado social como pilar, contra o individualismo que apontou como marca da direita.
© José António Rodrigues/ PS
Política Congresso PS
"É a tomada de consciência de que vivemos numa comunidade nacional que nos pode ajudar a transformar para melhor a nossa vida individual e coletiva", defendeu Pedro Nuno Santos, no discurso de encerramento do 24.º Congresso do PS, na Feira Internacional de Lisboa.
A primeira parte do seu discurso foi estruturada em torno dos "primeiros valores" do PS, os valores morais da empatia, da cooperação, da generosidade, do respeito mútuo, da reciprocidade nos laços" e resolução conjunta dos problemas, que constituem a sua "bússola moral".
"É também esta visão que nos separa da atual direita, que, ao defender o lema individualista do 'cada um por si' organiza o mundo em função de uma competição geradora de poucos vencedores e muitos vencidos", afirmou.
Pedro Nuno Santos argumentou que "o primeiro passo para compreender o mundo" é aceitar que os seres humanos vivem em interdependência e ficam vulneráveis quando se desligam dos outros.
"É da cooperação, da reciprocidade, da empatia que nasce uma comunidade nacional, com quem partilhamos uma história e com quem construímos um futuro. Uma comunidade que nos confere direitos e liberdades, mas que também nos impõe deveres e obrigações", prosseguiu.
O secretário-geral do PS acentuou que para os socialistas "os problemas resolvem-se mais através da cooperação do que da competição, e mais através da ideia de responsabilidade recíproca do que da meramente individual", o que se traduz na expressão "a união faz a força".
"Juntos, cooperamos para aumentar as pensões e reduzir os custos de acesso à energia, mesmo que o pensionista não seja nosso avô. Juntos, cooperamos para que o casal possa encontrar uma casa onde possa viver com dignidade e conforto, mesmo que não sejam da nossa família. Juntos, cooperamos para evitar que o jovem abandone a escola e possa melhorar a sua aprendizagem, de modo a concluir os seus estudos, mesmo que não seja o nosso filho", exemplificou, recebendo palmas.
"Cooperamos porque, para nós, os problemas de uns são os problemas de todos", reforçou.
Para Pedro Nuno Santos, "estes valores têm de ter tradução concreta" e devem levar a "agir aqui e agora", com "a ambição de um país desenvolvido".
"A ambição de um país onde o Estado social é a melhor tradução da ideia de comunidade. Uma comunidade de direitos e deveres onde todos contribuem em função das suas capacidades e beneficiam em função das suas necessidades. Este é o grande mecanismo para reduzir a desigualdade de oportunidades e para desenvolver as potencialidades de todos", acrescentou.
Leia Também: PSD acusa PS de falar de "país que não existe", IL e CDS apelam a mudança
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com