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Extrema-direita? "Nós não estamos preocupados por interesse próprio"

O dirigente do PS Pedro Delgado Alves afirmou hoje que o partido está preocupado com o crescimento da extrema-direita não "por taticismo", mas porque é a sua "marca identitária".

Extrema-direita? "Nós não estamos preocupados por interesse próprio"
Notícias ao Minuto

12:26 - 07/01/24 por Lusa

Política Congresso PS

Num discurso no terceiro e último dia do 24.º Congresso Nacional do PS, em Lisboa, Pedro Delgado Alves defendeu que é importante que os socialistas não esqueçam "a dificuldade do momento" atual, "sem alarmismo, sem tremendismo, mas com realismo".

O dirigente do PS, que apoiou Pedro Nuno Santos na última disputa pela liderança do PS, defendeu que o partido tem de ser capaz de "reconhecer que os desafios que hoje a democracia e o Estado social enfrentam são desafios que ao longo dos últimos 50 anos nunca enfrentaram".

"E quando o dizemos, e nos criticam por estarmos preocupados com o crescimento da extrema-direita, nós não estamos preocupados por interesse próprio, por estratégia ou taticismo, mas porque é a nossa marca identitária, foi aí que nascemos", disse.

Neste discurso, Pedro Delgado Alves destacou que, para o PS, "os problemas outros não são indiferentes", em particular "quando há quem entenda que o Estado deve deixar os outros para trás, que cada um se deve preocupar consigo, consigo apenas e deixar os outros fora das suas preocupações".

"Os problemas dos outros não nos são indiferentes, os problemas dos outros são os nossos problemas", disse, enumerando os casos dos "pescadores da Ericeira, dos portugueses do Luxemburgo", "dos trabalhadores da indústria da Marinha Grande ou do Vale do Ave" ou "das mulheres migrantes de Cabo Verde e da Ucrânia".

Antes de Pedro Delgado Alves, o líder da Juventude Socialista (JS), Miguel Costa Matos, interveio para avisar que "a direita vai usar qualquer problema na escola, nos hospitais, nos transportes, para dizer que o contrato social está em causa" e pedir coragem aos socialistas.

"Vamos precisar de coragem para pensar o que nós queremos fazer para o futuro: construir novas pontes à esquerda e na sociedade, com os jovens e sobretudo com a classe média, coragem para fazer escolhas como o aeroporto ou o TGV", disse.

Já o dirigente do PS Porfírio Silva defendeu que os socialistas têm de "derrotar a direita radicalizada que aí anda, a recauchutada Aliança Democrática, que é a coligação dos pais e das mães do Chega e da Iniciativa `Neoliberal´" e aproveitou para criticar o Presidente da República.

"Quem escolhe o Governo é o povo, não é o Presidente, quem escolhe o Governo é o povo, não são aqueles que andaram a conspirar a dissolução do parlamento desde o primeiro dia da legislatura nem que desperdiçam a estabilidade", disse.

O eurodeputado Carlos Zorrinho defendeu que as temáticas da segurança e do "combate ao medo" só serão um tema monopolizado pela direita se o PS "desistir de fazer esse combate à esquerda".

"A segurança não é, não pode ser, um novelo político da direita. Combater o medo é uma prioridade de dignidade, de proximidade, de liberdade, de justiça", disse.

Já o antigo secretário de Estado socialista Miguel Prata Roque defendeu que o PS é "a casa da esquerda democrática", onde "não entra a direita que quer castrar, a direita misógina que insulta as mulheres que lhe fazem frente".

"Romualda, tens aqui a tua gente, Isabel Moreira, tens aqui a tua gente, Inês de Sousa Real tens aqui a tua gente, Mariana Mortágua, tens aqui a tua gente, Patrícia Gilvaz, tens aqui a tua gente", disse.

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