O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, acusou, este sábado, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, de não ter "a decência de assumir o desastre a que o governo que faz parte conduziu" o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Em causa está o caso da mulher grávida que foi 'barrada' nas urgências do Hospital Distrital de Santarém (HDS) porque o Serviço de Urgência/Ginecologia e o Bloco de Partos se encontravam encerrados, sobre o qual o ministro afirmou tratar-se de "casos pontuais que correm menos bem".
"Para Manuel Pizarro, este é um caso pontual. Como foi pontual o caso de cada mulher grávida que teve dificuldade de acesso a exames atempados durante a gravidez. Como é pontual o caso de cada mulher que nunca sabe em que hospital e com que equipa médica vai ser mãe. Como foi pontual o sofrimento de cada uma das mulheres que teve um parto sem epidural", começou por referir o liberal numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
Rui Rocha lembrou ainda o caso da menina que foi assistida pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) à porta do Hospital de São Sebastião, em Santa Maria da Feira, porque a urgência pediátrica estava encerrada, além das "urgências condicionadas ou fechadas em mais de 30 hospitais um pouco por todo país" e dos "idosos e doentes que passam madrugadas ao frio e à chuva à porta de centros de saúde".
"Cada uma destas situações é pontual. A única coisa que não é pontual é a incompetência acumulada de milhares de casos pontuais que se sucedem perante o olhar de um ministro que não tem sequer a decência de assumir o desastre a que o governo que faz parte conduziu o SNS", atirou.
Para Manuel Pizarro, este é um caso pontual. Como foi pontual o caso de cada mulher grávida que teve dificuldade de acesso a exames atempados durante a gravidez. Como é pontual o caso de cada mulher que nunca sabe em que hospital e com que equipa médica vai ser mãe. Como foi… pic.twitter.com/4VGcycC1PF
— Rui Rocha (@ruirochaliberal) December 9, 2023
De recordar que, segundo o Hospital Distrital de Santarém (HDS), em declarações ao Notícias ao Minuto , a grávida em causa "deslocou-se à Urgência do HDS através dos seus próprios meios". "Nestes casos, as orientações são que sejam realizadas ficha de entrega e feita avaliação por enfermeiro e médico do Serviço de Ginecologia/Obstetrícia que estão de urgência interna", referiu ainda.
Após avaliação, "se for necessário, a grávida é transportada para a urgência com bloco de partos mais próximos, sempre acompanhados por um profissional de saúde do HDS", acrescentou.
Segundo a mesma fonte, "o acompanhante da grávida decidiu, sem consultar os profissionais do HDS, ligar para o 112". "Foi, por isso, acionada uma ambulância de socorro e a VMER, "que acompanharam a grávida para a Urgência do Hospital de Abrantes", deu conta ainda.
"O HDS tem conhecimento que a grávida chegou ao Hospital de Abrantes no início do trabalho de parto sem complicações", assegurou a entidade.
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