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Enfrentamento entre Marcelo e Costa? "Ainda a procissão vai no adro"

Ana Gomes comentou diversos temas da atualidade - como a Jornada Mundial da Juventude e a crise dos professores - considerando que braço de ferro entre o Presidente da República e o primeiro-ministro ainda está para durar.

Enfrentamento entre Marcelo e Costa? "Ainda a procissão vai no adro"
Notícias ao Minuto

09:07 - 31/07/23 por Notícias ao Minuto

Política Ana Gomes

No seu comentário semanal na SIC Notícias, este domingo, Ana Gomes abordou os ajustes diretos da Jornada Mundial da Juventude, considerando que existe "falta de transparência no processo", e ainda o adiamento do Conselho de Estado - que segundo a própria prova que o 'braço de ferro' entre Costa e Marcelo ainda não foi resolvido.

Começando pela Jornada Mundial da Juventude (JMJ), a jurista lembrou que houve "78% dos contratos que neste ano dispensaram concursos, feitos através de ajustes diretos, sendo que 46% foram feitos só neste ultimo mês", mas considerou que "o facto de estes não estarem ainda publicados no portal dos contratos é o mais grave".

Para a comentadora, este pode não ser um sinal de que há "corrupção", mas há a possibilidade de verificar-se uma situação grave daqui resultante, que é o facto de "poder haver consequências" caso "esses contratos feitos por ajustes diretos forem impugnados e levarem a que o estado seja condenado a pagar indemnizações a empresas que não puderam concorrer".

"Isso pode custar-nos caro", sublinhou, reforçando que "haver favorecimento pode gerar muitas questões, impugnações, pedidos de indemnizações que nos saem caras".

Por esse motivo, Ana Gomes disse preferir "ver o lado positivo" da JMJ e esperar que estas jornadas "sejam a oportunidade ouvir a mensagem do Papa e trazer aos jovens um sentido de humanidade".

Relação 'azeda' entre Costa e Marcelo?

Outro dos temas abordados no seu espaço de comentário, foi o 'adiamento' do Conselho de Estado, realizado na sexta-feira, dia 23 de julho. 

A reunião do Conselho de Estado foi dedicada à análise da situação económica, social e política do país, tendo terminado sem a divulgação de conclusões. Alguns meios de comunicação social noticiaram, entretanto, que alguns conselheiros teceram duras críticas ao Governo.

Ana Gomes considerou que "não percebemos bem porque é que o Conselho de Estado que foi anunciado por Marcelo em maio [...] foi interrompido de repente". A comentadora apontou "duas versões" da história.

A primeira indica "que o primeiro ministro precisava apanhar um avião para a Nova Zelândia", para assistir ao Mundial de Futebol Feminino, situação que não recebe o apoio de Ana Gomes, que diz não ser adepta de que "se vá ao futebol com o dinheiro do Estado".

A segunda versão é a de que "Costa não interrompeu nada, ia responder às críticas que tinha ouvido, e que foi Marcelo quem adiou o Conselho de Estado para setembro, não permitindo a Costa responder às criticas de que terá sido alvo".

"Não sei qual a versão certa, mas isto sugere que de facto o enfrentamento entre ambos, que se tornou público com caso Galamba, ainda vai no adro" considerou.

O diploma dos professores, sobre a progressão da carreira dos docentes, que foi vetado por Marcelo Rebelo de Sousa pode ser mais uma página deste clima de tensão entre Presidente e primeiro-ministro: "Por isso é que digo que a procissão ainda vai no adro", voltou a referir.

Para Ana Gomes "o Presidente da República, quanto à substância, tem toda a razão". A antiga eurodeputada disse não entender como é que o Governo tenha deixado este tema arrastar-se durante tanto tempo "com tantas consequências para a educação e comprometendo o futuro". Afirmou mesmo que a culpa não será do ministro da Educação nem do das Finanças, mas sim uma "teimosia do primeiro ministro".

"Esta é uma área que merece especificidade, não pode compadecer com mais adiamentos", considerou, lembrando que "é preciso uma solução".

"E não venham com a história de que não há dinheiro", rematou.

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