Luís Marques Mendes comentou, este domingo, o panorama político nacional, falando, nomeadamente, da possibilidade da uma remodelação no Governo, assim como dos resultados de uma sondagem ao Expresso/SIC, que revelam que o Partido Social Democrata (PSD) não está a 'ganhar' com as polémicas que acontecem e envolvem o Governo.
"Há leituras para todos os gostos", começa por referir, dizendo que os socialistas fazem a leitura de que o PSD "estagnou nos 30%, não capitaliza, logo, o PSD não é alternativa".
"Do lado dos sociais-democratas diz-se: 'a grande novidade da sondagem é que o Partido Socialista tinha tido 41% nas eleições, tem agora 31%, foi uma queda acentuada.. 70% não gosta do Governo, logo, está em fim de ciclo'. Eu diria que ambos têm razão , que são basicamente as duas coisas. Ou seja, os portugueses dizem, no fundo, nesta sondagem, que acham que o Governo já não tem as condições que tinha no início para governar - e por isso o trambolhão que o PS leva. Mas também dizem que não consideram que o PSD seja alternativa. E é por isso que o PSD não capitaliza o desgaste e o descontentamento", afirmou, em declarações no seu espaço de comentário na SIC.
Marques Mendes explicou ainda que para o PSD ser visto como alternativa lhe faltam três coisas: tempo, discurso e causas.
Mudanças no Governo? "Acho que não vai haver nenhuma remodelação daqui até ao verão"
Em relação a eventuais remodelações no Governo, o antigo líder do PSD reforçou a ideia que tem vindo a notar, na qual defende que não haverá remodelação. "Acho que não vai haver nenhuma remodelação daqui até ao verão", sublinhou, explicando que há duas razões fundamentais.
Baseando-se nos resultados da sondagem acima mencionada, o social-democrata refere que, contrariamente ao descontentamento de 70% dos portugueses, é da opinião que o primeiro-ministro, António Costa, está satisfeito com o Governo. "O primeiro-ministro - e ele é que é o treinador da equipa - está feliz com os seus ministros. Se está feliz, na globalidade, não vai mudar", explicou.
"Segundo, porque também se não estivesse feliz e tivesse de substituir - acho que no fundo ele não diz, mas sente, grande dificuldade em vir ao exterior encontrar pessoas", continuou.
Marques Mendes afirmou ainda que, a existir uma reformulação, há ministros em que Costa não irá 'mexer', nomeadamente os responsáveis pelas pastas da Presidência, Finanças, Assuntos Parlamentares, Cultura e Ambiente. "São os ministros do seu núcleo duro, político. Pessoas da sua total confiança pessoal e política. Estão fora de uma remodelação", apontou, acrescentando que é também "muito improvável haver remodelação", nas áreas sociais, setor no qual elogiou o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, que classificou como "claramente o melhor ministro" deste executivo, devido à sua sensatez e equilíbrio.
Quando ao ministro das Infraestruturas, que tem estado debaixo de fogo devido à polémica que envolve o SIS e um roubo no ministério em questão, Marques Mendes considerou que este era "irremodelável". "João Galamba, depois do que aconteceu na guerra entre primeiro-ministro e o Presidente da República é irremodelável. Porque se fosse remodelado, como devia ser, o primeiro-ministro estava, no fundo, a ser um derrotado e a dar uma vitória ao Presidente da República", apontou.
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