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"Mariana Mortágua está muito mais preparada do que eu estava"

Catarina Martins considera que Mariana Mortágua "está mais preparada" e "tem mais experiência" do que aquela que tinha quando assumiu a coordenação do BE há uma década, lugar que agora deixa, mantendo-se na Mesa Nacional e na Comissão Política.

"Mariana Mortágua está muito mais preparada do que eu estava"
Notícias ao Minuto

06:37 - 26/05/23 por Lusa

Política Bloco de Esquerda

Em entrevista à agência Lusa em vésperas da XIII Convenção Nacional do BE, que se realiza este fim de semana em Lisboa, a ainda coordenadora bloquista antecipa "um Bloco muito combativo" com uma liderança protagonizada pela deputada Mariana Mortágua, cuja moção A que encabeça também é subscrita por Catarina Martins.

"Eu acho que a Mariana está muito mais preparada do que eu estava - o que é importante - quando iniciei as funções de coordenação, tem mais experiência", defende.

Para Catarina Martins, o BE "hoje é diferente" uma vez que, nos últimos dez anos, os bloquistas tiveram "o privilégio" de falar com muita gente e ter um "programa construído pelos maiores especialistas nas mais variadas áreas", o que considera dar "uma enorme consistência" à proposta do partido.

"E acho que a Mariana tem tanto a preparação como a combatividade que é necessária neste período que estamos a atravessar. Tenho a certeza de que o fará muito melhor do que eu faria agora", sublinha.

Num momento que classifica como havendo "uma enorme pressão de uma economia muito predadora" de Portugal e em que "o confronto com os grandes grupos económicos é fundamental às decisões políticas", para Catarina Martins "não há quem não reconheça" em Mariana Mortágua essa capacidade.

"A Mariana é uma pessoa muito bem preparada, com uma enorme capacidade e a coordenação dela será necessariamente diferente da minha, mas corresponderá a este momento político e eu tenho a certeza que vai ser muito bem-sucedida, isto se for eleita na convenção que, eu estou convencida que sim", afirma, considerando que "não precisa seguramente" dos seus conselhos.

Numa entrevista na qual anunciou que deixará de ser deputada no final desta sessão legislativa, a ainda líder do BE foi questionada sobre a disponibilidade para continuar nos órgãos do partido.

"Existe a vontade de que possa colaborar mais proximamente e mantenho a minha disponibilidade e, portanto, se assim os meus camaradas entenderem na convenção, eu deixo de ser coordenadora, não estarei mais no Secretariado Nacional, como é normal, mas vou manter-me tanto na Mesa nacional como na Comissão Política do Bloco de Esquerda", anuncia.

Sobre o facto de nesta reunião só estarem duas moções em debate e votação -- por oposição a outros anos quando havia mais textos estratégicos em discussão --, Catarina Martins explica que "se existisse no Bloco de Esquerda uma fragmentação dos projetos estratégicos para o partido, haveria mais moções".

"Não existe. Existe uma coesão interna sobre um projeto estratégico para o Bloco de Esquerda e é por isso que só há duas moções", justifica.

Para além da moção A, encabeçada por Mariana Mortágua e intitulada "Uma força, muitas lutas", estará em debate a moção E, sob o lema "Um bloco plural para uma alternativa de esquerda um desafio que podemos vencer!", que terá como porta-voz à convenção o ex-deputado Pedro Soares, crítico da atual direção.

"O Bloco difere dos outros partidos no seguinte: por um lado, temos muita transparência do nosso debate interno. Desse ponto de vista, não somos, por exemplo, como o Partido Comunista Português, mas o nosso debate interno não é feito em torno de nomes, é feito em torno de projetos políticos", compara.

Quando "muitos outros partidos têm clivagens" ou "partem-se com as pessoas a seguirem um nome ou outro", segundo a bloquista, no BE "isso não acontece" e a discussão "é sobre a linha política".

"Isso significa que nós temos muito mais coesão interna e muito mais debate do que é fundamental, não acho que significa que nós tenhamos mais tensões do que os outros partidos, muito pelo contrário", contrapõe.

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