Ana Gomes considerou, este domingo, que "há uma iniciativa" do primeiro-ministro, António Costa, para recuperar o equilíbrio governativo, nomeadamente através do pacote de medidas para a Habitação, mas não descarta a existência de uma nova polémica para breve, numa referência ao relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) sobre a TAP.
No seu habitual espaço de comentário, na SIC Notícias, a antiga diplomata notou que um dos exemplos da "inciativa" de António Costa para recuperar o equilíbrio governativo foi o pacote apresentado para resolver os problemas que existem na Habitação: "Isso é evidente que desvia atenções do casos e casinhos", considerou.
A socialista não deixou, contudo, de notar que acredita que o Executivo estará envolvido num novo caso muito em breve.
"Cheira-me que já se está aí a construir o outro. O Presidente da República, de resto, está a fazer por isso, relativamente ao relatório da IGF sobre a TAP", disse, numa referência ao facto de Marcelo Rebelo de Sousa ter destacado a importância de olhar para o relatório, que dá conta de irregularidades no pagamento da indemnização a Alexandra Reis, não descartando mais consequências políticas nesta polémica, especificamente para o ministro das Finanças, Fernando Medina.
Sobre as medidas para a Habitação apresentadas pelo Governo, Ana Gomes entende que o país precisa de políticas que deem resultados "concretos" e a "curto prazo".
"[Até agora] não temos a percepção que vá dar grande resultado", considerou.
Para a comentadora, uma das primeiras coisas que devia ser feita neste campo era "identificar as casas que são do Estado e das autarquias e imediatamente disponibilizá-las para o mercado do arrendamento, reabilitando-as".
"Até este momento o próprio Estado parece não saber qual é o seu património e tem andado numa politica errada, de alienar esse património, porque tudo tem meia, de resto, para os amigos, para os fundos imobiliários amigos", criticou, afirmando que esta é uma politica que "tem de parar".
A comentadora defende ainda que deve haver um controlo sobre as rendas e que o Governo se tem de "sentar à mesa com os bancos" para discutir uma taxa fixa.
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