"Vejo problema de julgamento em quem a convidou para os cargos seguintes"

Miguel Poiares Maduro, ex-ministro, recorreu ao Twitter para comentar a polémica que envolve a secretária de Estado do Tesouro. Alexandra Reis recebeu uma indemnização no valor de 500 mil euros por sair antecipadamente do cargo de administradora executiva da TAP.

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© Leonardo Negrão / Global Imagens

Notícias ao Minuto
26/12/2022 15:17 ‧ 26/12/2022 por Notícias ao Minuto

Política

Miguel Poiares Maduro

Miguel Poiares Maduro, antigo ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, reagiu à polémica que nos últimos dias tem envolvido Alexandra Reis, a secretária de Estado do Tesouro, que recebeu uma indemnização no valor de meio milhão de euros ao sair da TAP. 

Partindo de uma mensagem publicada no Twitter pelo economista António Nogueira Leite, onde se pode ler a informação oficial da companhia aérea acerca da renúncia da agora governante, Poiares Maduro usou a mesma rede social para asseverar que "este caso exige realmente muitas respostas, mas não respostas, como a do PR [Presidente da República], a uma pergunta sobre incompatibilidades que ninguém colocou…"

O professor universitário deixou, em seguida um conjunto de questões que, na sua opinião, deveriam ser respondidas sobre este 'caso'. "Se foi uma renúncia, a que título lhe foi paga uma indemnização? Ou foi afinal um acordo para despedimento?"

"Esta última hipótese", considerou Poiares Maduro, "é mais consistente com o que disse Marcelo, mas não é o consta da comunicação da TAP e, a ser verdade, explicando a indemnização suscita nova questão".

E prosseguiu: "Como se explica que o Estado queira tanto despedir alguém que lhe pague uma indemnização e poucos meses mais tarde a vai contratar de novo (para a NAV)? São entidades distintas, mas ambas do Estado e até debaixo da tutela do mesmo Ministério, se não me engano".

O antigo governante questiona ainda "como é que ninguém se apercebeu de nada disto antes da sua nomeação" ou, "pior", se "acharam que não existia um problema". "Este problema de perceção é claro, independentemente de qualquer ilegalidade ou até de um juízo ético", considerou no Twitter. 

Na última mensagem deste 'fio', o professor tira uma conclusão: "A ser verdade que a SET [secretária de Estado do Tesouro] foi, de facto, despedida, não vejo um problema ético na decisão da SET em manter essa indemnização (como qualquer trabalhador despedido)". "Mas vejo um problema de julgamento e avaliação política em quem, nessas condições, a convidou para os cargos seguintes", apontou. 

Recorde-se que, no sábado, o Correio da Manhã noticiou que a nova secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, recebeu uma indemnização no valor de 500 mil euros por sair antecipadamente do cargo de administradora executiva da companhia aérea portuguesa, quando ainda tinha de cumprir funções durante dois anos.

Alexandra Reis tomou posse como secretária de Estado do Tesouro na última remodelação do Governo. Ingressou na TAP em setembro de 2017 e três anos depois foi nomeada administradora da companhia aérea.

A agora governante renunciou ao cargo em fevereiro e em junho foi nomeada pelo Governo para a presidência da Navegação Aérea de Portugal (NAV).

Leia Também: "Governo deve explicações ao país sobre o pagamento a Alexandra Reis"

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