BE "é uma força que mobiliza a esquerda, que quer mobilizar o voto"

A coordenadora nacional do BE, Mariana Mortágua, afirmou hoje que não basta à esquerda dizer que quer ir para o Governo, é preciso ter um programa concreto, e rejeitou que a sobrevivência do partido esteja em causa nestas eleições.

Notícia

© Gerardo Santos / Global Imagens

Lusa
13/05/2025 15:06 ‧ há 4 horas por Lusa

Política

Legislativas

"O programa da esquerda não pode ser ir para o Governo, porque depois perguntam-nos, 'ok, e chegando ao Governo vão fazer o quê?' Não basta chegar ao Governo, é preciso dizer às pessoas o que é que vamos fazer. E é por isso que estamos aqui a falar sobre habitação", afirmou Mariana Mortágua, à margem de uma iniciativa de campanha para as legislativas na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH), da Universidade Nova de Lisboa.

 

A antiga deputada e dirigente do BE Ana Drago apareceu nesta iniciativa, à semelhança do apoio que deu aos bloquistas em atos eleitorais mais recentes, depois de, em 2014, ter abandonado o partido em divergência com a política de alianças e convergências. Em 2015, contudo, o BE daria apoio parlamentar ao Governo do PS.

A líder bloquista foi questionada sobre se o BE poderá ficar para trás no meio dos apelos feitos ao PS pelo porta-voz do Livre Rui Tavares, que tem repetido várias vezes que o seu partido tem a ambição e capacidade de assumir cargos executivos.

Mortágua salientou que a esquerda "já mostrou no passado que se sabe unir" mas salientou que tal aconteceu "em torno de propostas e programas concretos".

Votar no BE, continuou, é "garantir que a habitação vai estar no parlamento e que a habitação estará no centro, seja qual for o entendimento ou acordo", uma vez que os partidos "estão condenados a entenderem-se".

Contudo, Mariana Mortágua alertou que "fazer da campanha uma discussão de cenários em vez de uma discussão de propostas é errado, desmobiliza".

"E é por isso que nós queremos falar sobre as propostas", frisou.

Interrogada sobre se nestas eleições legislativas de dia 18 está em causa a sobrevivência do partido, Mariana Mortágua rejeitou.

"Acho que não está em causa nem a sobrevivência nem o futuro do Bloco. O Bloco chegou para transformar a política em Portugal e mostra que é capaz de o fazer em todas as campanhas e perante todos os desafios", respondeu.

Mortágua salientou que o BE "é uma força que mobiliza a esquerda, que quer mobilizar o voto e que nasceu para transformar a política e dizer as coisas importantes, doa a quem doer, mesmo fazendo inimigos poderosos como sabemos que fazemos".

Ana Drago, que falou ao lado da líder bloquista, considerou que a diversidade da esquerda é "uma riqueza, não um problema", mas salientou que o BE estruturou um programa para estas legislativas que "responde aos grandes desafios do futuro".

"Há uma crise de futuro e eu creio que o Bloco tentou responder com um programa consistente, trazendo discussões importantes, como a questão do controlo de rendas para cima da mesa, que é um debate que eu acho que todos os partidos e que a sociedade portuguesa deve ter com toda a calma, sem irritações. Mas agora, alguma coisa tem que ser feita", alertou.

Interrogada sobre se o seu regresso ao partido está em cima da mesa, depois de também terem regressado às listas os fundadores do BE Louçã, Fazenda e Rosas, Ana Drago afastou essa hipótese, dizendo que "não gostaria de voltar atrás".

"Nem sempre temos que voltar ao passado, embora ache de facto interessante esta ideia de coligação de gerações entre a Mariana, que é tão jovem e tão combativa, com aqueles que fizeram os combates no início e na fundação do Bloco, é uma proposta sedutora", adjetivou.

Depois de ter estado de manhã numa universidade sénior, Mortágua passou o início da tarde a ouvir jovens da FCSH. Acusou "os outros partidos" de apenas verem "um lado do problema" da habitação e criticou quem acha que se pode fzer política "sem confronto", sem afrontar interesses instalados.

Confrontada por uma jovem que criticou o facto de o BE, "não ter no seu programa eleitoral um plano para garantir o fim dos combustíveis fósseis até 2030", Mortágua considerou a crítica injusta, e tentou explicar que alcançar este objetivo é algo complexo, "feito de milhares de pequenas e grandes decisões" também "muito duras para as populações", com perdas de empregos para os quais é necessário arranjar alternativas.

[Notícia atualizada às 16h04]

Leia Também: Louçã dá resposta 'radical' a Chega. "Olhem para cima, é lá que estou"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas