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BE critica PS por revisão constitucional "a reboque do Chega"

A coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou, esta quinta-feira, lamentável que o PS faça a revisão constitucional "a reboque do Chega", apelando aos socialistas para que avancem com o processo só depois do Orçamento do Estado.

BE critica PS por revisão constitucional "a reboque do Chega"
Notícias ao Minuto

17:25 - 10/11/22 por Lusa

Política revisão constitucional

"O apelo que deixo é que o PS não apresente um projeto com os prazos do Chega e que, pelo contrário, permita que se faça primeiro o Orçamento do Estado com o debate público que merece, de que precisa e que respeita o país e as pessoas e que se inicie a seguir um novo processo de revisão constitucional", defendeu Catarina Martins em declarações aos jornalistas.

Na opinião da líder do BE, "ninguém põe em causa a importância da revisão ordinária da Constituição que naturalmente acontece nesta legislatura", garantindo que o partido "não faltará às suas responsabilidades" e que, caso o processo avance, apresentará o seu projeto.

"Mas será de todo em todo lamentável se o PS, que tem vindo a afirmar que quer fazer um certo cordão sanitário ao Chega, faça com que nesta legislatura a revisão ordinária da constituição seja feita a reboque do Chega num momento em que estamos com um problema tão grave de inflação para resolver e em que nos devíamos centrar no orçamento do Estado que é o instrumento para responder à inflação e aos problemas da vida das pessoas", criticou.

Compreendendo que "a direita que não tem nada para dizer sobre salários queira falar da revisão constitucional", para Catarina Martins é também evidente que "o Governo, afogado em escândalos, decidiu correr atrás do Chega e ir também" a jogo.

"Este não é um processo sério. Não é a forma boa nem de iniciar um processo de revisão constitucional nem a forma boa de fazer o debate orçamental que devia ser neste momento central. Esta é uma manobra que desvia as atenções daquilo que é a decisão mais importante para o país que é situação da perda de salário líquido", condenou.

Questionada pelos jornalistas sobre se, apesar das críticas, o BE irá apresentar o seu projeto de revisão, Catarina Martins começou por referir que o partido considera "natural que haja uma revisão constitucional ordinária nesta legislatura" e "tem esse processo pronto", insistindo que deveria acontecer depois do orçamento, apesar de não estar nas nossas mãos dos bloquistas tomar essa decisão.

"É óbvio que se o processo for aberto no parlamento, o Bloco de Esquerda sempre teve propostas e não vai ficar a extrema-direita a debater propostas e a esquerda sem defender o que é fundamental para o país. Assumiremos as nossas responsabilidades", garantiu.

A líder bloquista recordou que, "na legislatura passada, o Chega apresentou uma proposta de revisão e ficou sozinho" e que aquilo que o "regimento do parlamento permitia é que não ninguém acompanhasse esta revisão constitucional do Chega que não tem nenhum sentido".

"E o PS tem de escolher: ou decide normalizar o Chega e dar espaço a este seu número ou tem o comportamento responsável que é fazer a revisão constitucional sim, mas num outro tempo, no tempo que pode ser iniciado por outros partidos após o orçamento, dando os tempos de debate corretos tanto ao OE como à revisão da constituição", reiterou.

O apelo de Catarina Martins é por isso "à sensatez democrática": "vamos fazer o debate do Orçamento do Estado e a seguir fazer a revisão constitucional".

[Notícia atualizada às 20h20]

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