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Marta Temido? Demissão era "questão de tempo" e decisão foi "inteligente"

Luís Marques Mendes considera que Marta Temido foi "inteligente" ao perceber que "já não tinha condições políticas para exercer" o cargo de ministra da Saúde.

Marta Temido? Demissão era "questão de tempo" e decisão foi "inteligente"

Luís Marques Mendes considerou, este domingo, que a demissão da ministra da Saúde era uma “questão de tempo” e que a decisão de Marta Temido “foi inteligente”.

“Da forma como as coisas se desenvolveram nos últimos meses, acho que era uma questão de tempo. Acho que Marta Temido fez bem em tomar esta decisão e que foi inteligente”, começou por afirmar o social-democrata, no seu habitual espaço de comentário no Jornal da Noite, da SIC.

Considerando que a ministra poderia ter tomado a decisão “uns meses antes”, Marques Mendes afirmou que Marta Temido foi "inteligente" ao perceber que "já não tinha condições políticas para exercer" o cargo de ministra da Saúde, "que é um cargo difícil, sensível e delicado”.

“Foi inteligente porquê? Porque, desta forma, ela saiu pelo seu pé. Sai desgastada, sim, mas sai com dignidade. Não se agarrou ao lugar, como muitos ministros contestados costumam fazer, e corria o risco de sair mais tarde empurrada e, nessa altura, completamente estorricada”,  acrescentou.

Questionado sobre se considera que o primeiro-ministro, António Costa, foi “apanhado de surpresa” com a decisão, Marques Mendes respondeu que “sim”. “Esta demissão, a prazo, dará jeito ao primeiro-ministro, mas acho que ele não queria a demissão da ministra, muito menos nesta ocasião”, disse.

E elencou duas razões: “Primeiro, porque António Costa estava a regressar de férias. A última coisa que um primeiro-ministro quer é, no primeiro dia depois de regressar de férias, ter o problema da substituição de um ministro. Segundo, acho que ele também não queria - nesta ocasião, depois de tantas polémicas que o Governo tem tido, em junho, em julho, mesmo em agosto - acrescentar uma nova polémica às polémicas anteriores”.

Marques Mendes disse ainda que o processo de substituição de Marta Temido é “surreal”, mas descarta a possibilidade de se tratar de uma “humilhação”. Lembrando que o pedido de demissão foi tornado público durante a madrugada de terça-feira e que tal “significa uma situação urgente”, o político questionou o porquê de o processo de substituição demorar duas semanas. “Não faz sentido, isto é surreal”, atirou.

Na ótica de Marques Mendes, Fernando Araújo, atual presidente do conselho de administração do Hospital de São João, no Porto, é um dos possíveis sucessores de Marta Temido, mas apontou também o nome de Manuel Pizarro e o atual secretário de Estado, António Lacerda Sales.  

A ministra da Saúde demitiu-se na madrugada de terça-feira, alegando não “ter condições para se manter no cargo”. O pedido de demissão foi aceite pelo primeiro-ministro, António Costa, que afirmou “respeitar a decisão” da ministra demissionária e agradeceu “todo o trabalho desenvolvido” por Marta Temido, “muito em especial no período excecional do combate à pandemia da Covid-19”.

A demissão da ministra surgiu horas após a notícia da morte de uma grávida durante uma transferência entre o Hospital de Santa Maria e o Hospital de São Francisco Xavier, ambos em Lisboa. Em conferência, António Costa admitiu que a morte pode ter sido a “gota de água” para Marta Temido.

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