Meteorologia

  • 01 MAIO 2024
Tempo
12º
MIN 10º MÁX 16º

Grávida morre após ser transferida de hospital sem vaga para bebé

Hospital de Santa Maria não tinha vaga para internar o bebé à nascença. Criança acabou por sobreviver graças a uma cesariana realizada de urgência.

Grávida morre após ser transferida de hospital sem vaga para bebé

Uma mulher de 34 anos morreu no sábado após sofrer uma paragem cardiorrespiratória durante uma transferência de ambulância do Hospital de Santa Maria para o Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa.

A notícia foi avançada pela TVI, que explica que a mulher foi “forçada” a ser transferida, uma vez que o Hospital de Santa Maria “não tinha vaga no Serviço de Neonatologia para internar o bebé quando fosse provocado o parto”.

O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) confirmou a informação num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, revelando que, no passado dia 23 de agosto, deu entrada Hospital de Santa Maria, "por volta das 2h00 da manhã, uma grávida de nacionalidade indiana, residente na Índia e recém-chegada a Portugal, com cerca de 30 semanas de gravidez, sem dados de vigilância da gravidez". A mulher recorreu ao serviço de urgência por "dificuldade respiratória e tensões arteriais altas".

"Após normalização das tensões arteriais e franca melhoria respiratória, foi transferida cerca das 13h00 do mesmo dia para o Hospital São Francisco Xavier, por ausência circunstancial de vagas de Neonatologia no CHULN, acompanhada por um médico e enfermeiros", acrescenta a nota.

Durante a transferência, sofreu uma "paragem cardiorrespiratória" e foi efetuada a "reanimação no transporte". Na chegada ao Hospital S. Francisco Xavier, a grávida "foi submetida a uma cesariana urgente".

O bebé nasceu com 772 gramas, sendo encaminhado para "unidade de cuidados intensivos neonatais por prematuridade". Já a mãe "ficou internada nos cuidados intensivos, vindo a falecer".

O CHULN destacou que "a gestão em rede das vagas de Neonatologia é prática corrente há vários anos, sendo o transporte intrauterino de grávidas estabilizadas a prática recomendada por todas as instituições internacionais" e que a equipa de urgência de Obstetrícia e Ginecologia da unidade hospitalar "encontrava-se completa".

Segundo a estação de Queluz de Baixo, que teve acesso ao relatório clínico, apesar de não ter historial de doenças nem tomar nenhuma medicação regular, a grávida “apresentava um quadro de hipertensão arterial já com 6 dias e dispneia”. Viria a ser diagnosticada com “pré-eclâmpsia grave e restrições de crescimento uterino”. 

Durante a transferência, a grávida sofreu uma paragem cardiorrespiratória que durou 17 minutos. Já no hospital, entrou em coma profundo até ter sido detetada morte cerebral. O óbito acabou por ser declarado no sábado.

[Notícia atualizada às 22h22]

Leia Também: Médica que assistiu grávida que perdeu bebé alvo de processo disciplinar

Recomendados para si

;
Campo obrigatório