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Rui Tavares pede reuniões técnicas, Costa responde que "é só marcar"

O deputado único do Livre, Rui Tavares, pediu hoje ao primeiro-ministro reuniões técnicas sobre o Orçamento do Estado para 2022, admitindo medidas faseadas até 2023, e António Costa respondeu "com certeza que sim, é só marcar".

Rui Tavares pede reuniões técnicas, Costa responde que "é só marcar"
Notícias ao Minuto

17:32 - 28/04/22 por Lusa

Política Orçamento

Rui Tavares fez este pedido ao primeiro-ministro na sua primeira intervenção no debate sobre a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2022 na generalidade, em relação à qual ainda não revelou o seu sentido de voto.

O deputado do Livre recordou a posição assumida por António Costa durante a campanha eleitoral para as legislativas de 30 de setembro de que "uma maioria absoluta não muda nada na disponibilidade para fazer compromissos".

"Eu já ouvi aqui vários ministros e secretários de Estado a demonstrar abertura para dialogar a este nível, o que registo e muito me alegra, mas agora é preciso subir de nível", disse Rui Tavares, pedindo para se "passar a uma fase de reuniões e conversações do ponto de vista técnico e de orçamentação".

"Para percebermos quais são os custos, podendo faseá-los para o Orçamento de 2022 e 2023, tirando partido do facto de que neste ano em poucos meses vamos estar a discutir dois orçamentos diferentes", completou.

De seguida, o primeiro-ministro respondeu: "Relativamente à questão concreta que coloca, se temos a disponibilidade para uma reunião de trabalho, varias reuniões de trabalho, reuniões técnicas, políticas, claro, com certeza que sim. É só marcar. Portanto, com certeza, toda a disponibilidade".

Na sua estreia em debates orçamentais, Rui Tavares deixou "uma nota sobre a inflação", defendendo que devem ser seguidas "políticas de precaução e de responsabilidade" e que se deve "agir sobre a formação de preços".

Pegando na afirmação recorrente de António Costa de que há "estrada para andar", o deputado do Livre observou: "O senhor primeiro-ministro fala-nos de Jorge Palma, que eu também aprecio muito, e apetece-me responder com Vinicius de Moraes. Nós não sabemos se a inflação é temporária, sabemos é que ela é eterna enquanto dura".

O deputado do Livre sugeriu que a meta para o défice não seja tão baixa como propõe o Governo, 1,9%, mas fique abaixo de 3%: "Manter um défice a 2,5%, por exemplo, permite estarmos confortavelmente dentro dos limites do défice e cria uma folga de mais de mil milhões de euros para ajudar a combater a inflação".

Declarando-se de "uma esquerda verde, europeia, ecológica" com "abertura para dialogar", Rui Tavares propôs, entre outras medidas, "um fundo para uma rede de transporte escolar ecológica" e "o estudo da semana de quatro dias".

Depois de ouvir o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, acusar PCP e BE de terem optado por "voltar para a trincheira", o deputado do Livre fez um alerta aos socialistas: "Não há maior trincheira do que uma maioria absoluta".

Segundo o antigo eurodeputado, se António Costa aceitar fazer reuniões técnicas com o Livre para orçamentar medidas para 2022 e eventualmente 2023, então estará a cumprir o que assumiu em campanha, se não aceitar, então demonstra que os socialistas "afinal, por mais que o neguem, estão numa trincheira".

A proposta de Orçamento do Estado para 2022 vai ser votada na generalidade na sexta-feira. A votação final global será daqui a um mês, em 27 de maio, após um período de debate na especialidade.

A nova equipa das Finanças, liderada pelo ministro Fernando Medina, prevê para 2022 uma redução da dívida pública para 120,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em relação aos 127,4% registados em 2021 e uma descida do défice para 1,9% do PIB, meta revista em baixa face aos 3,2% previstos em outubro.

A proposta de Orçamento mantém a previsão de taxa de desemprego de 6% para este ano, o que constitui também uma revisão em baixa face aos 6,5% previstos em outubro.

[Notícia atualizada às 18h25]

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