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PAN foi a Cascais para se inteirar de abate de árvores

A porta-voz do PAN visitou hoje o Parque Natural de Sintra-Cascais para pedir explicações sobre o abate de árvores, na sequência de denúncias populares, mas a autarquia local assegurou que estão a ser eliminadas apenas espécies invasoras.

PAN foi a Cascais para se inteirar de abate de árvores
Notícias ao Minuto

21:06 - 22/02/22 por Lusa

Política Inês Sousa Real

Na sequência de denúncias de cidadãos e associações ambientalistas dando conta de um "abate indiscriminado de várias espécies de árvores" naquele parque no distrito de Lisboa, a líder do PAN, que admitiu não ser entendida no tema, foi ao local para se inteirar da situação.

Pedro Jordão, vice-presidente do Grupo Ecológico de Cascais (um dos promotores de um protesto contra este abate que decorreu na sexta-feira), acompanhou Inês Sousa Real ao local onde se viam vários troncos de árvore cortados e empilhados.

"Aquilo é um mar, uma clareira, é uma área enormíssima que foi desflorestada", criticou.

À espera da líder do PAN estava uma comitiva da Câmara de Cascais, que incluía a vereadora responsável pela área do ambiente, Joana Balsemão, o diretor da Cascais Ambiente, João Melo, e o coordenador da Unidade Técnico Florestal da Proteção Civil, Mário Rios.

Perante as diversas perguntas da líder do PAN, Mário Rios indicou que esta intervenção "está planeada desde 2018" com o objetivo de "remover todas as manchas de espécies exóticas invasoras que estão a pôr em causa a floresta nativa", como por exemplo as acácias.

Também foram retiradas outras, mas porque "estão mortas, estão secas", garantiu, acrescentando que o destino será a produção de biomassa.

"Claro que estas pessoas veem este volume de madeira, não percebem, não conseguem distinguir as espécies, e criam um certo alarido social", criticou, apontando que "está prevista" a reflorestação das áreas e o seu acompanhamento.

De seguida, o diretor da Cascais Ambiente apontou que as "pessoas têm que se informar sobre as coisas" porque "existem planos de ordenamento do parque natural".

Defendendo que as espécies retiradas "não valem nada" para a conservação, João Melo salientou que os espaços abertos são "muito mais interessantes em termos de biodiversidade".

"Não podemos ser criticados por fazermos o nosso trabalho", disse depois a vereadora Joana Balsemão, explicando que "todas estas intervenções têm o parecer positivo do ICNF" e não acontecem "só porque sim", visando também a "salvaguarda da floresta contra incêndios".

Em declarações aos jornalistas no final da visita, a porta-voz do PAN afirmou que há "uma necessidade de maior informação até para a própria população".

"Porque nós recebemos vários emails, vários contactos até mesmo nas redes sociais, de muitos cidadãos preocupados com a intervenção que está a acontecer aqui no Parque Natural de Sintra-Cascais, o que não deixa de ser um sinal positivo de que temos hoje uma sociedade mais sensível e alerta para este tipo de intervenções", acrescentou.

E salientou a importância de "garantir que através do apoio do Estado há mais verbas para intervenção do ponto de vista da renaturalização" e que "não existe qualquer outro tipo de uso" para as zonas onde foram retiradas árvores, salientando que foi "asseverado pela vereação que não será dado qualquer tipo de uso que não apenas a função ecológica que estes espaços têm, seja para atrair polinizadores, seja para a reflorestação".

"É absolutamente fundamental a manutenção de todo e qualquer parque ao nível do país, com o cuidado, evidentemente, de preservar aquilo que são as árvores autóctones", defendeu também a deputada do PAN, que indicou que o partido vai continuar a "acompanhar os trabalhos" nesta zona.

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