PS em Viana do Castelo ataca passado de Rio, que "não é um óvni"
O líder federativo do PS/Viana do Castelo e o ministro socialista Tiago Brandão Rodrigues fizeram hoje um ataque cerrado ao presidente do PSD, dizendo que não "é óvni político" e tem as marcas da picardia e intolerância.
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Política Legislativas
As acusações "ao Rui Rio de direita" foram feitas por Miguel Alves, também presidente da Câmara de Caminha, e por Tiago Brandão Rodrigues, que é cabeça de lista pelo círculo de Viana do Castelo, nos discursos que antecederam a intervenção final do secretário-geral do PS, António Costa.
Miguel Alves referiu-se sobretudo ao passado de Rui Rio enquanto autarca no Porto, durante três mandatos, a partir de 2001.
"Pretende-se transmitir a ideia de que, por parte da direita, há um candidato novo, um candidato fora da caixa, que faz umas graçolas, tem bom ar e que aparenta ser uma novidade, alguém que veio do nada. Mas Rui Rio não veio do nada, não é um óvni político. Lembram-se do legado dele na Câmara do Porto?", perguntou o líder da Federação do PS/Viana do Castelo.
O presidente da Câmara de Caminha referiu depois o caso do Bairro do Aleixo, no Porto, em que Rui Rio "assistiu de barco à demolição das torres, enquanto o povo protestava e levava bastonadas da polícia".
"Uma obra do Bairro do Aleixo que ficou a meio, depois de Rio ter entregado a gestão da reabilitação a um fundo imobiliário do Grupo Espírito Santo. Lembram-se de Rui Rio ter anunciado o novo projeto do Bolhão em 2007? Mas até 2013 não se mexeu um milímetro" afirmou, antes de dizer que o presidente do PSD, enquanto autarca, também falhou na reconversão do pavilhão Rosa Mota e "perdeu 5,7 milhões de euros de fundos comunitários".
"Lembram-se da guerra aberta contra a cultura? Lembram-se dos 30 barricados no Teatro Rivoli?", questionou ainda Miguel Alves, antes de dizer que neste caso o atual presidente do PSD "mandou cortar a água, a luz e mandou a polícia às cinco da manhã para corrê-los de lá".
O líder federativo do PS de Viana do Castelo assinalou que Rio admitiu que faria uma política de austeridade ainda mais carregada do que Maria Luís Albuquerque e Pedro Passos Coelho e observou depois que o presidente do PSD se afirma "contra os julgamentos de tabacaria, contra os julgamentos na praça pública".
"Mas está na memória de todos o linchamento a que foi sujeito o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e até António Costa a propósito do caso de Tancos. É este legado que temos de comparar com o legado de António Costa", sustentou.
Para Miguel Alves, o presidente do PSD "não apareceu agora, tem uma história que tem vindo a ser apagada com sorrisinhos e graçolas. Tem a marca da picardia, da incapacidade para o diálogo e da intolerância para a crítica. Não precisamos de um primeiro-ministro picado, precisamos de um primeiro-ministro preparado como António Costa", contrapôs.
A seguir, o ministro da Educação advertiu que, com uma vitória do PSD, podem estar em causa os manuais escolares gratuitos, o investimento na ferrovia, a política de redução das propinas ou o reforço da ação social escolar.
"Este é o Rio que andou hoje por aqui", disse Tiago Brandão Rodrigues, numa alusão à jornada de campanha do PSD no Alto Minho.
"Aparentemente, este Rio anda sempre no centro do vale, mas nós percebemos que anda pela direita", comentou o "número um" da lista do PS pelo círculo de Viana do Castelo, antes de colocar um conjunto de perguntas.
"É de centro dar abracinhos à extrema-direita? É de centro colocar a escola pública e o Serviço Nacional de Saúde em causa e é de centro normalizar a prisão perpétua? É de centro criticar a gestão da pandemia da covid-19, mas sem dizer que mudanças em concreto quer fazer?", questionou.
Para Tiago Brandão Rodrigues, "é tipicamente de direita dizer que a educação é só facilitismo e é uma tragédia".
Rui Rio "é um homem que não fala de cultura, de ciência e de educação", acrescentou.
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