Meteorologia

  • 05 MAIO 2024
Tempo
16º
MIN 16º MÁX 21º

Ferrovia em Portugal? "Há tanto por fazer, mas fez-se caminho"

Catarina Martins visita, esta segunda-feira, as oficinas da CP.

Ferrovia em Portugal? "Há tanto por fazer, mas fez-se caminho"
Notícias ao Minuto

11:48 - 22/11/21 por Notícias ao Minuto

Política Catarina Martins

A líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, está, esta segunda-feira, em Matosinhos, em visita às oficinas da CP.

Aos jornalistas presentes no local, a bloquista evidenciou os "salários muito baixos", "pouco acima do salário mínimo" pagos aos trabalhadores especializados, da extinta EMEF que foram integrados pela CP.

"A EMEF foi extinta, agora é tudo CP, há trabalhadores que estão mais ou menos num limbo, e estamos a falar de salários que são pagos a trabalhadores especializados que são muito baixos. Entram aqui para ter funções altamente especializadas e com formação, com salários que ficam pouco acima do salário mínimo nacional, e com uma progressão de carreira que os faz ir até ao salário mínimo espanhol", afirmou Catarina Martins, numa visita às instalações oficinais da CP em Guifões, no concelho Matosinhos.

"Nós precisamos claramente em Portugal de respeitar quem trabalha, de perceber que esta economia especializada, que cria valor, que diminui o endividamento do país e que responde à crise climática, esta é a economia que precisamos", explicou ainda, acrescentando que se "estamos a fazer um caminho de transição energética, muito importante para as alterações climáticas" também temos de respeitar "quem faz o seu trabalho".

Questionada sobre se este seria um elogio ao ministro das Infraestruturas, Catarina Martins defendeu que "o impulso foi dado por uma maioria que houve também à Esquerda para que isso acontecesse", recordando o primeiro projeto que o BE apresentou na Assembleia da República.

"Foi precisamente para que existisse o plano ferroviário nacional. Ainda estamos muito longe de todo o investimento que é preciso. Ainda há muitos locais neste país que não têm comboio, existem capitais de distrito sem comboio no nosso país, tanta gente a quem foi retirado o comboio. Há tanto por fazer, mas fez-se caminho. Agora falta fazer o resto", atirou.

Em declarações aos jornalistas, Rúben Silva, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Metro e Ferroviários, adiantou que, desde janeiro de 2020, altura em que a EMEF foi extinta, os trabalhadores "que foram integrados [na CP] viram cortado o subsídio de transporte e não viram a atualização salarial para as tabelas CP".

"Têm um Regulamento de Carreira e Acordo de Empresa EMEF, que já não existe. Não foram transitados para a CP. E, desde 2020, são trabalhadores numa situação precária, porque têm baixos salários. Até hoje o Governo e a administração não têm conseguido integrar definitivamente na CP", detalhou.

O dirigente sindical referiu ainda que se trata de "mão-de-obra barata" e que "a empresa infelizmente, embora esteja a formar permanentemente trabalhadores, perde trabalhadores com muita facilidade", porque "a concorrência a nível de manutenção é muito grande".

Uma das principais preocupações do sindicato é que "estes trabalhadores sejam definitivamente integrados na CP, tenham os direitos dos trabalhadores CP e deixem de viver neste clima de precariedade".

"Não sabemos, com as eleições, numa mudança de política ferroviária, se este departamento de manutenção não será até vendido, porque é uma mão-de-obra extremamente barata", apontou.

Por isso, pedem "estabilidade na carreira" e querem "ver o seu futuro na CP refletido e reconhecido por parte da administração e do Governo".

"Existe um investimento claro nos comboios e na ferrovia portuguesa, é inegável. Era necessário, mas também é necessário olharmos pelos trabalhadores da manutenção e integrá-los finalmente, para o grupo CP possa progredir e ser um grupo coeso, e não seja suscetível a mudanças políticas que possam alterar este panorama, e garantirmos o serviço público de ferrovia, de qualidade, a baixo custo, e que permita ao nosso país progredir, até em questão das metas climáticas possamos atingi-las. A ferrovia sem dúvida será o caminho", defendeu Rúben Silva.

Leia Também: Catarina Martins e Mariana Mortágua encabeçam listas de Porto e Lisboa

Recomendados para si

;
Campo obrigatório