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Vasco Lourenço recorda Sampaio, um homem que "fez política com lisura"

O militar de Abril Vasco Lourenço recordou hoje Jorge Sampaio como um "homem sério", "com ética", que "fez a política para servir e não para se servir" e em quem "os cidadãos que queiram fazer política devem pôr os olhos".

Vasco Lourenço recorda Sampaio, um homem que "fez política com lisura"
Notícias ao Minuto

13:32 - 10/09/21 por Lusa

Política Óbito/Sampaio

"Vai deixar essencialmente uma marca de um homem sério, um homem com ética", disse Vasco Lourenço em declarações à Lusa.

Para o presidente da Associação 25 de Abril, Sampaio "fez muita política, toda a sua vida foi um político (...), mas esteve sempre com uma ética muito forte".

"E afirma isto quem nem sempre esteve de acordo com ele: tivemos algumas divergências ao longo da vida, (...) mas o Jorge Sampaio foi sempre um homem frontal e ético", refere Vasco Lourenço em declarações à Lusa.

Segundo o militar de abril, Jorge Sampaio "fez a política com lisura", para "servir e não para se servir", sendo "um desses exemplos em que os políticos" e os "cidadãos que queiram fazer política devem pôr os olhos".

Em termos pessoais, Vasco Lourenço recorda que conheceu Jorge Sampaio depois da revolução de 25 de abril, tendo "rapidamente" estabelecido ligações com o ex-presidente quando este assumiu funções enquanto secretário de Estado da Cooperação Externa no 4.º Governo Provisório e, segundo o militar de abril, desempenhado nesse cargo um "importante papel na abertura de Portugal ao mundo".

"Colaborei ativamente com ele, incentivei-o à primeira coligação na Câmara de Lisboa com o Partido Comunista, tive nessa comissão executiva, venceu-se a eleição. E, depois, acompanhei-o novamente nas lutas para outro na Câmara", indica Vasco Lourenço.

O militar de Abril recorda ainda que, quando Jorge Sampaio decidiu concorrer à Presidência da República, conversou com ele para saber se poderia contar com o seu apoio, tendo Vasco Lourenço estado "sempre com ele" durante a candidatura.

"Portugal fica mais pobre, muito mais pobre. (...) É mais um amigo que parte, um cidadão de corpo inteiro, como foi sempre, o Jorge Sampaio", refere Vasco Lourenço.

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio morreu hoje aos 81 anos, no hospital de Santa Cruz, em Lisboa.

Antes do 25 de Abril de 1974, foi um dos protagonistas da crise académica do princípio dos anos 60, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, tendo, como advogado, defendido presos políticos durante a ditadura.

Jorge Sampaio foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996 e 2006).

Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e, entre 2007 e 2013, foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.

Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens sem acesso à educação.

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