Meteorologia

  • 05 MAIO 2024
Tempo
16º
MIN 15º MÁX 20º

É preciso "saber honrar" património sindicalista do socialismo

O deputado e dirigente socialista Porfírio Silva afirmou hoje que é preciso "saber honrar" o património sindicalista que está na génese do socialismo democrático e impedir que o sindicalismo seja controlado por um único partido.

É preciso "saber honrar" património sindicalista do socialismo
Notícias ao Minuto

23:58 - 28/08/21 por Lusa

Política PS/Congresso

Já noite dentro durante o primeiro dia da 23.º reunião magna do PS, o membro do Secretariado Nacional socialista enalteceu a proximidade entre os autarcas do partido e os cidadãos, mas disse que é preciso ir mais longe.

"Temos de aprofundar essa proximidade também em outras frentes, nomeadamente no associativismo, na economia social, no cooperativismo, nos movimentos cívicos pelos direitos humanos, no mundo da educação, sem esquecer o mundo do trabalho", sublinhou, referindo-se aos "camaradas com militância sindical".

O deputado afirmou que não se pode "esquecer que o socialismo democrático, a social-democracia e o trabalhismo, embora se organizem hoje em partidos interclassistas, nasceram nos movimentos dos trabalhadores", e é preciso "saber honrar" e "ter orgulho nesse património".

"No mundo sindical também se trabalha pela democracia no país, por exemplo, no caso dos trabalhadores socialistas da UGT [União Geral de Trabalhadores], por uma concertação social moderna e progressista, e também se trabalha pela democracia no seio do próprio movimento sindicalista", sustentou.

Porfírio Silva deixou ainda também uma palavra de apreço pelos "que lutam para que o movimento sindical seja democrático, não seja monolítico e não seja controlado por nenhum partido", aludindo ao PCP.

O eleito socialista também apontou à direita e criticou os partidos que "em exercício de pequena política tentam destabilizar" a governação socialista.

"A extrema-direita e os populismos agressivos estão ao ataque contra os partidos, porque sabem que os partidos democráticos são o povo organizado a trabalhar pelo bem comum", concluiu.

"É um privilégio ao fim de um dia inteiro neste 23.º Congresso falar , resistir e ser ainda o primeiro sindicalista, o primeiro dirigente sindical da tendência sindical socialista da UGT, para que conste neste congresso finalmente houve um sindicalista que falou e falou em nome dos trabalhadores, em nome da tendência, em nome do nosso futuro enquanto sociedade", declarou, por seu lado, José Abraão, sindicalista.

O militante defendeu ainda que "é preciso acabar com a 'ditadura' das Finanças que a certa e determinada altura nesta fase tudo impede", apelando à valorização dos salários mas também do diálogo social e da negociação coletiva.

Já o socialista Luís Carlos Silva Soares disse ser o momento de "incentivar as empresas tecnológicas a instalar-se no interior do país" e alertou para alguns problemas a resolver nestas regiões, nomeadamente no acesso à 'internet'.

"Não nos podemos esquecer que temos que fazer um grande investimento para que haja cobertura de redes móveis e sobretudo de internet, que continua a ser um flagelo nestas regiões", apontou.

Jorge Liça aproveitou a sua intervenção para criticar uma decisão da federação distrital da Guarda que, segundo o militante, "escolheu outra pessoa" para concorrer ao cargo de presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa, onde é vereador, depois de o próprio ter sido indicado pela concelhia.

O socialista disse ter reclamado para a Comissão Distrital de Jurisdição bem como para a Comissão Nacional de Jurisdição, da qual até hoje disse não ter obtido resposta, chegando a apresentar a questão ao Tribunal Constitucional.

"A vontade dos militantes da concelhia foi totalmente ignorada e esmagada pela estrutura hierárquica do partido a nível distrital e nacional. Isto não é democracia interna, é arbitrariedade centralista do 'quero, posso e mando'. Alguém convenceu a comissão permanente a suspenderem-me de presidente da concelhia para me calar", alegou.

O 23.º Congresso do PS decorre entre hoje e domingo, em Portimão (distrito de Faro).

Leia Também: Cordeiro defende diálogo à esquerda sem "tentações de autossuficiência"

Recomendados para si

;
Campo obrigatório