Guilherme Leite fez hoje a apresentação da sua candidatura no largo da câmara, em Sintra, tecendo críticas ao facto de, há cerca de dois anos, viver no local um cidadão "sem a mínima ajuda do município".

"Queremos devolver Sintra aos sintrenses a começar pelo topo, que é a Câmara, já que o barão do 'sintrão' dos interesses, Basílio Horta [presidente da autarquia], é um forasteiro", começou por dizer Guilherme Leite, salientando que a sua candidatura só existe porque o sintrense que considera mais qualificado para o cargo não vai concorrer.

Guilherme Leite referia-se ao atual vereador Marco Almeida, eleito em 2017 pela coligação de direita Juntos pelos Sintrenses, que referiu ter sido "impedido pelo próprio partido [PSD] de apresentar candidatura".

Segundo Guilherme Leite, Marco Almeida é, a par com Andreia Bernardo (também da coligação Juntos pelos Sintrenses), o único vereador que "faz oposição".

"Estamos fartos da arrogância sem oposição", denunciou.

Guilherme Leite reconheceu também que poderá "não ganhar a câmara", mas garantiu que, se eleger vereadores, "serão como moscas para estar lá dentro" e denunciar "cá fora" o que se passa.

"Não precisamos de provar que não temos medo de dizer as verdades", acrescentou.

O agora candidato fez várias críticas ao atual presidente da autarquia, Basílio Horta (PS), entre as quais acerca de uma entrevista de 2014 em que revelou ter feito um corte de 1,5 milhões de euros em avenças para transferir para o Fundo de Emergência Social, indicando Guilherme Leite como uma das pessoas avençadas.

"Nunca tive avença daqui, nem de lado nenhum", frisou Guilherme Leite, defendendo que se esse fundo existe devia ajudar o senhor Manuel Ildefonso "que há dois anos mora na rua".

Guilherme Leite disse ainda que irá entregar hoje um requerimento na câmara, esperando resposta urgente, a questionar a totalidade das avenças contratadas desde 2014, os nomes e os motivos das mesmas e se os fundos sociais foram aplicados e quais os critérios de escolha dos beneficiários.

O candidato apelou ainda a todos os sintrenses que queiram para se juntarem à sua lista, lembrando que a lista para a Assembleia Municipal ainda não está fechada, sendo entregue em 29 de junho.

De acordo com Guilherme Leite, a sua equipa junta mais 16 candidatos sintrenses, nove mulheres e sete homens, com formação desde a gestão à sociologia, da produção de eventos ao desporto, das empresas ao comercio, da saúde à educação.

Guilherme Leite, 67 anos, oriundo de uma família da região de São João das Lampas, Sintra, é autor de vários programas televisivos, ator e produtor de televisão, e fundador da Saloia TV, que há 12 anos trabalha 'pro bono' no concelho de Sintra.

O atual executivo de Sintra, presidido pelo socialista Basílio Horta, é formado por cinco vereadores do PS (mais o presidente), dois do PSD, um da CDU e dois independentes.

Segundo a lei, as eleições autárquicas realizam-se em setembro ou outubro, cabendo ao Governo agendar a data, o que ainda não aconteceu.

Além de Guilherme Leite, já foram anunciadas as candidaturas à Câmara Municipal de Sintra do deputado e médico infecciologista Ricardo Baptista Leite (PSD), do investigador Bruno Góis (BE), do gestor Paulo Carmona (Iniciativa Liberal) e do arquiteto Nuno Afonso (Chega).

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