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Verdes "de esquerda" e em "luta" contra lítio e aeroporto de Montijo

Os Verdes fazem, este fim de semana, a sua 15.ª Convenção em que vão vincar ser "de esquerda", admitindo o desejo de continuar na CDU, e assumir as "lutas" ecologistas contra o aeroporto do Montijo ou a exploração do lítio.

Verdes "de esquerda" e em "luta" contra lítio e aeroporto de Montijo
Notícias ao Minuto

10:07 - 21/05/21 por Lusa

Política PEV/Convenção

José Luís Ferreira, dirigente e líder parlamentar do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), numa entrevista à Lusa sobre o congresso do partido, no sábado e no domingo, em Lisboa, antecipou prioridades e algumas "bandeiras" ecologistas, a começar pela contestação ao novo aeroporto do Montijo, mas também promete dar atenção ao ambiente em Odemira, distrito de Beja.

Porque, além dos problemas sociais revelados pela crise pandémica com as condições em que viviam milhares de trabalhadores imigrantes, "aquilo é uma lixeira de plástico a céu aberto", com milhares de estufas, o que é também "um problema ambiental grave", descreveu.

A "luta" contra o novo aeroporto continuará a ser uma prioridade para o PEV, que atribui "a teimosia" do Governo em insistir na opção Montijo com "a pressão" da Vinci, já concessionária do aeroporto de Lisboa, e reivindicou o facto de avançar uma "avaliação ambiental estratégica", proposta pelos Verdes no Orçamento do Estado deste ano.

Há também outros objetivos para os próximos tempos, como sejam a "frente de batalha" contra a exploração da mina de lítio, em Montalegre, no norte do país, e outros mais políticos.

O partido, com dois deputados à Assembleia da República -- José Luís Ferreira e Maria Silva -- vai igualmente apresentar um projeto para a criminalização do enriquecimento ilícito e voltar às iniciativas quanto aos paraísos fiscais.

Mais a curto prazo, há ainda o processo de negociação do Orçamento do Estado de 2022, para que o deputado afirma manter abertura para conversar, embora queira fazer um diagnóstico ao cumprimento dos compromissos assumidos pelo Governo para este ano -- e que justificaram a abstenção do partido. 

"Nós dissemos que antes de começar a negociar teríamos que ver como as coisas estão [relativamente ao Orçamento deste ano]. Porque se não andamos aqui a enganar-nos uns aos outros", disse à Lusa.

O PEV admite que possa haver atrasos em pelos três dossiês -- a continuação do reforço dos quadros no Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (INCF), o fundo de tesouraria para as micro, pequenas e médias empresas e o Estatuto da agricultura familiar - e é por isso que quer fazer esse diagnóstico antes do primeiro encontro com o Governo de António Costa, previsto para julho.

Segundo José Luís Ferreira, na reunião deste fim de semana, o PEV pretende assumir uma "postura de partido de esquerda" por entender "um ecologista terá mesmo que ser de esquerda se for mesmo verdadeiro ecologista", a favor de um "desenvolvimento sustentável".

De resto, politicamente, o partido deverá continuar a fazer parte da coligação com o PCP e Intervenção Democrática, na Coligação Democrática Unitária (CDU), embora a decisão sobre cada uma das eleições seja caso a caso, pelo órgão próprio, o conselho nacional.

"Fazemos um balanço positivo da nossa participação na CDU e vamos, no futuro, continuar a fazer um esforço para que haja uma convergência de esforços de fato que resolvam os problemas do país", afirmou.

O PEV não tem um líder, ao contrário de outros partidos. A convenção, que se realiza de três em três anos, elege o conselho nacional, responsável por desenvolver e executar a política partidária, a comissão de arbitragem nacional e a comissão nacional de fiscalização de contas. Existe depois a comissão executiva, órgão político permanente saído do conselho nacional.

Em números, haverá, nos órgãos nacionais, uma "renovação de 11,6%" e também uma maioria feminina: as mulheres são 58,1%, os homens são 49,1%.

É uma marca "do próprio ADN" do partido haver "mais mulheres na direção nacional do que homens", o que acontece sem "qualquer imposição de quotas", afirmou.

Esta será uma convenção diferente, no Fórum Lisboa, com cerca de 200 delegados - menos 40% do que em 2018 - devido à epidemia de covid-19, e que também implicou regras sanitárias e de distanciamento, como a medição de temperatura a todos quantos entrem no recinto, o uso obrigatório de máscara.

As salas serão higienizadas depois de cada sessão do congresso, que não duram mais de três horas, os almoços são ao ar livre, as cadeiras a ocupar estão assinaladas há circuitos e, para evitar aglomerações de pessoas, não haverá pausas para o café.

Leia Também: OE2022: PEV disposto a negociar, mas sabendo o que foi cumprido em 2021

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