A Juventude Popular veio a público, este sábado, apelar a uma intervenção do Presidente da República sobre a eutanásia. Para o presidente da estrutura, Francisco Mota, após o chumbo do referendo, "o regime não silenciou apenas 95 mil portugueses que subscreveram a iniciativa popular para um referendo, silenciaram um País e impuseram a Portugal uma agenda".
Tendo isso em conta, para o líder da JP, "é obrigatório não confinar o debate apenas na Assembleia da República", considerando que "o silêncio do Presidente da República é assustador" e que é fundamental "que não tenha a mesma atitude que os deputados, que não seja hipócrita, desonesto e que não traia o povo que o elegeu. Espera-se seriedade e não tacticismo eleitoral".
Em comunicado enviado às redações, o jovem centrista chega mesmo a questionar se esse silêncio não será "mais um arranjinho do PS e PSD a pensar nas eleições presidenciais". "O povo português tem o direito de saber o que pensa fazer o Presidente da República com os diplomas e a sua inconstitucionalidade e qual a sua opinião sobre o bloqueio democrático ao referendo", refere Francisco Mota.
"Feriram de morte a democracia, Portugal está de luto e espero que o Presidente da República não seja cúmplice", remata.
O referendo à morte medicamente assistida, proposto por uma iniciativa popular dinamizada pela Federação Portuguesa pela Vida e que reuniu mais de 95 mil assinaturas, foi esta sexta-feira chumbado na Assembleia da República.
PS, BE, PCP, PEV, PAN, nove deputados do PSD (entre os quais Rui Rio) e as deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues votaram contra o referendo. Já Iniciativa Liberal, CDS e PSD votaram a favor. O deputado único do Chega esteve ausente na votação.