O PAN deixou severas críticas à Iniciativa Liberal (IL) após o deputado único e líder do partido, João Cotrim Figueiredo, ter afirmado, no Parlamento, que, em plena pandemia e crise econónima e social, o partido liderado por André Silva "arranja sempre forma de pôr os direitos dos animais a discussão", a propósito de uma iniciativa apresentada pelo PAN que visa assegurar a não discriminação no acesso à habitação por quem possui animais de companhia.

Após a própria líder da bancada do PAN, Inês de Sousa Real, ter respondido ainda na Assembleia da República, sublinhando que o partido tem orgulho de ter trazido os direitos dos animais para agenda política, o contra-ataque não se ficou pelo hemiciclo. 

"Agenda animalista? Sim, claro! Os animais só importam para a Iniciativa Liberal quando há campanhas eleitorais e é preciso angariar votos", atirou o partido, numa nota divulgada nas plataformas digitais do PAN. 

Mais, para o partido, é louvável que o PAN, "mesmo em tempo de crise associada à Covid-19", apresente "medidas integradas e propostas que vão deste os Direitos Sociais, Saúde, Direitos Humanos, Economia, Finanças, Emprego, Ambiente à Proteção e Bem-Estar Animal".

"Somos um partido íntegro, diversificado e focado em apresentar medidas para TODO o país e não apenas para alguns. Não temos problemas com a nossa agenda animalista", é reiterado. 

Sobre o IL, o PAN ainda acusou o partido de se dizer "pró-tudo e super liberal", quando se encontra no Parlamento "uma representação bafienta, sem rasgo, altamente centrada em manter o status quo", num ataque direto a Cotrim. 

Na Assembleia da República, o deputado único da IL apontou: "Para o PAN, os animais são exatamente iguais à pessoas e faz questão de lembrar em cada ocasião, e cada ocasião parece boa. Não interessa se estamos a combater uma pandemia, ou a enfrentar uma das maiores crises económicas e sociais de sempre, ou a ponto de falhar o alvo com a bazuca de Bruxelas, ou a reconhecer que a TAP não vai custar só 1.200 milhões e se ficar pelo dobro é sorte. No meio disto tudo, o PAN arranja sempre forma de pôr os direitos dos animais a discussão. A única coisa boa desta insistência do PAN é que dão à IL a oportunidade de afirmar o óbvio: os animais não são pessoas e, por isso, não têm os mesmos direitos. Mas mesmo nesta persistência, o PAN revela a fraqueza da argumentação. Diz que os animais são como membros da família, mas que as pessoas facilmente os abandonam, quando lhes é recusado o direito à habitação. Em que ficamos? São membros da família ou são para ser abandonados, coisa que, aliás, já constitui um crime". 

Leia Também: Aprovado diploma do PAN que limita alterações a valor de algumas propinas