Manuela Ferreira Leite analisou, esta quarta-feira, no seu espaço de comentário político semanal na TVI24, as propostas do pacote de recuperação económica, de cerca de 750 mil milhões de euros, apresentado ontem pela Comissão Europeia e que pretende fazer face à crise gerada pela pandemia da Covid-19.
A social-democrata começou por dizer que tem uma “fortíssima dúvida” quanto ao pacote de recuperação económica, visto que, “há uma dúzia de meses estas [propostas] seriam impensáveis”.
Propostas estas que Ferreira Leite salientou serem “ambiciosas” e que, lembrou, estão sujeitas a um acordo por unanimidade, que inclui o grupo dos “países frugais”.
Além disso, a antiga ministra das Finanças recordou que o volume de recursos e apoios aos países não serão apenas dedicados ao investimento, pois será também necessário “salvar e não deixar morrer o que está vivo” e isso exige “rapidez”.
“Não sou capaz de assumir estas propostas como exequíveis num curto espaço de tempo”, atirou.
Em jeito de conclusão, sobre este tema, Manuela Ferreira Leite explicou que os novos subsídios de Bruxelas serão dados a troco de reformas e a Comissão Europeia quer que o dinheiro seja investido em novas prioridades, como o ambiente e o digital, o que, defendeu a economista, é “essencial”, até porque “a estrutura produtiva da Europa não pode estar dependente da Ásia”.
Recorde-se que do bolo de 750 mil milhões de euros está prevista uma fatia para Portugal de 26,3 mil milhões de euros em subvenções e empréstimos.