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Costa quer união na UE. "Ou saímos todos desta crise, ou não sai ninguém"

O primeiro-ministro considerou hoje essencial "vencer a resistência" de quatro dos 27 Estados-membros que procuram travar avanços na União Europeia, advertindo que ou saem todos os países da atual crise ou não sai ninguém.

Costa quer união na UE. "Ou saímos todos desta crise, ou não sai ninguém"
Notícias ao Minuto

16:13 - 20/05/20 por Lusa

Política Coronavírus

António Costa criticou a atuação da Holanda, Áustria, Dinamarca e Suécia no debate quinzenal na Assembleia da República, em resposta a uma intervenção proferida pelo jovem deputado socialista Miguel Costa Matos sobre o atual estado da União Europeia.

O primeiro-ministro sustentou a tese de que, no presente, está em causa a preservação do mercado interno e da própria União Económica e Monetária, perante uma crise inédita em que "não existem zonas de refúgio".

"Ou saímos todos em conjunto desta crise, ou não sai ninguém", sustentou, antes de elogiar a atuação do Banco Central Europeu, que já evitou uma nova crise das dívidas soberanas, e a ação rápida da Comissão Europeia.

Para António Costa, o problema "tem estado no Conselho Europeu", onde países como a Áustria, Holanda, Suécia e Dinamarca já manifestaram a intenção de se opor à proposta franco-alemã de criação de um programa de 500 mil milhões de euros com bases em transferência e não em empréstimos.

"Temos ainda algumas interrogações em relação a esse programa, mas, sobretudo, temos de vencer a resistência de quatro países que bloqueiam a decisão do Conselho. O Conselho Europeu tem de estar à altura das necessidades da Europa e quatro não podem paralisar a vontade maioritária de 23. Temos de seguir em frente", defendeu.

Miguel Matos, numa intervenção que dedicou à questão europeia, advertiu que o choque provocado pelo novo coronavírus foi simétrico mas "a crise que aí vem terá impactos muito assimétricos e desiguais, afetando desproporcionalmente algumas regiões, setores, classes e também as gerações mais jovens".

"Temos de estar à altura do desafio do momento. Cada um de nós com um desconfinamento responsável, os Estados com respostas robustas, mas também a Europa que tem de evitar a tibieza que na anterior crise abortou a recuperação económica e contagiou toda a Europa com crise e austeridade", frisou.

O deputado socialista defendeu também a tese de que Portugal é o segundo país com maior estímulo fiscal e o terceiro que mais adia impostos, precisando agora de "respostas a nível europeu porque, perante interdependência, o país não pode aceitar desigualdade também na capacidade de resposta".

Em relação ao programa de recuperação europeu anunciado pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, e pela primeira-ministra, germânica, Angela Merkel, na segunda-feira, Miguel Matos destacou que prevê "500 mil milhões de euros reais, sem recorrer a engenharia financeira e multiplicadores duvidosos que o Parlamento Europeu soube em boa hora recusar".

"São 500 mil milhões de euros dados em subvenções e não emprestados, o que contribuiria para onerar as finanças públicas e atrasar a recuperação económica", apontou o jovem deputado socialista eleito pelo círculo de Lisboa.

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