"Muda-se o nome, de aprovação para abstenção, mas mantém-se a responsabilidade política do BE, do PCP, dos Verdes e do PAN neste orçamento e nestas políticas", afirmou Cristas no discurso de encerramento do CDS no debate, na generalidade, do Orçamento em que os centristas já anunciaram o voto contra.
A ainda presidente dos centristas, que deixa o cargo dentro de 15 dias, no congresso de Aveiro, fez a intervenção final do CDS no debate do orçamento na generalidade e usou, muitas vezes, a palavra "continuidade", com que o primeiro-ministro, António Costa, definiu este OE2020.
Se concordou ser de continuidade na redução e "agora eliminação" do défice, pelo "efeito duplo do aumento da receita fiscal e da redução do custo com juros", Cristas passou minutos a criticar outras "continuidades".
E foi enumerando as "continuidades" negativas, na "maior carga fiscal", para os "piores serviços públicos de sempre", na "perda de poder de compra", no "crescimento aquém" do potencial do país ou ainda na "dívida pública demasiado elevada".
O resultado é que, segundo Cristas, Portugal "não mudou estruturalmente como podia e devia", "o sorvedouro do Estado tudo leva" e continua a ser incapaz de "atrair o investimento com seriedade, como competitividade fiscal".