O Bloco de Esquerda questionou esta quinta-feira a Câmara Municipal de Loures sobre a sua posição relativamente ao aumento do ruído dos aviões do Aeroporto Humberto Delgado e ao seu impacto nas populações das freguesias limítrofes de Camarate, Unhos e Apelação, Sacavém e Prior Velho e Moscavide e Portela.

Em comunicado enviado às redações, os bloquistas referem que querem saber que medidas têm sido tomadas pela autarquia para diminuir os impactos provocados pelo ruído e pela poluição decorrentes da atividade do aeroporto.

"O Bloco de Esquerda Loures quer ainda saber se a Câmara já solicitou ao Governo que efetue e torne público um estudo de impacto ambiental referente à expansão do aeroporto", pode ler-se. 

Além disso, os bloquistas sugerem à autarquia liderada por Bernardino Soares "a criação de uma rede complementar de monitorização da qualidade do ar na zona envolvente do aeroporto, para que sejam conhecidos, em tempo real, os poluentes e, ao mesmo tempo, o ruído naquelas zonas, resultados que devem estar disponíveis para consulta pública". 

Fabian Figueiredo, dirigente nacional e coordenador da concelhia de Loures do Bloco de Esquerda argumenta com as consequências "severas" para quem vive sujeito ao ruído provocado pelos aviões, nomeadamente efeitos prejudiciais para a aprendizagem das crianças e doenças vasculares. 

O partido realça que nas imediações do Aeroporto Humberto Delgado situam-se diversas escolas e bairros populacionais.

“Estudos científicos sobre o impacto do ruído e da poluição atmosférica na saúde em várias cidades europeias comprovam que estes afetam, designadamente, a qualidade do sono e o sistema cardiovascular, podendo causar, entre outros, lesões vasculares, hipertensão arterial e consequências nefastas no desempenho cognitivo das crianças, no sistema reprodutivo e no sistema respiratório", sublinha Fabian Figueiredo, salientando a importância de conhecer os efeitos do ruído do aeroporto para que se possam, depois, tomar medidas. 

O Bloco de Esquerda recorda ainda que os planos de expansão do Aeroporto Humberto Delgado aumentam em mais de um terço a área do próprio aeroporto, passando de 500 para 700 hectares, o que implica mais 12 milhões de passageiros, passando dos atuais 30 milhões para 42 milhões.

Isto significa ainda que pelo Aeroporto Humberto Delgado, realça o partido, "passarão 50 aviões por hora, face aos 40 agora verificados, um aumento que incide sobretudo nos aviões de maior porte, que emitem mais ruído e que, naturalmente, fazem mais poluição". 

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