“Os três partidos que apoiam o memorando da troika deviam entender-se”. A opinião pertence ao arquitecto Nuno Portas, pai do vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e do falecido eurodeputado do Bloco de Esquerda, Miguel Portas, que protagoniza uma entrevista da edição de hoje do jornal i.
A observação é feita, mas com a devida salvaguarda de que desde o desaparecimento do filho se desinteressou por estas matérias. “Era bom falar com ele. Depois da morte dele a política interessa-me menos, fechei-me”, desabafa o arquitecto.
Até porque, assinala Nuno Portas, “o Bloco, não se percebe o que quer, gostava hoje de falar com o Miguel sobre isso para tentar perceber”.
Ainda sobre o filho, e ainda sobre política, o arquitecto recorda: “A única vez que discuti política de uma forma dura com o Miguel foi quando ele chumbou um ano”.
Já acerca do filho mais novo, Paulo, Nuno escusa-se a fazer comentários. Opta antes por avaliar o figurino do País. “Vejo a situação de hoje de uma forma muito complicada”, diz, acrescentando que “há deficiências claríssimas no Governo e não percebo porque não há um acordo entre os três partidos que não são anti memorando”, insiste.
Não obstante, o arquitecto acredita que “esse acordo vai acontecer”. “Não estou a aconselhá-lo, estou a estranhar que ainda não haja. Num período destes devia fazer-se um acordo. Não vamos sair da Europa, as regras são dentro dela”, conclui.