José Luís Carneiro apresenta, este sábado, pelas 17h30, a sua candidatura a secretário-geral do Partido Socialista (PS), na sede nacional do partido, em Lisboa. Esta é a segunda vez que concorre, depois de, há cerca de um ano e meio, ter perdido as eleições internas para Pedro Nuno Santos.
Note-se que, até ao momento, José Luís Carneiro foi o único que se apresentou à 'corrida'. No entanto, houve vários os nomes a ser falados para a liderança do partido, tais como Fernando Medina, Duarte Cordeiro, Mariana Vieira da Silva ou Miguel Prata Roque.
As eleições interinas estão marcadas para os dias 27 e 28 de junho.
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"Face aos resultados eleitorais e à decisão do secretário-geral do PS, entendo que os militantes socialistas devem promover uma reflexão profunda e abrir um novo ciclo que honre a história do Partido Socialista. Contando com todos e promovendo a inclusão, a coesão e a unidade do PS, na riqueza da sua diversidade", pode ler-se numa nota enviada à agência Lusa por José Luís Carneiro.
E acrescenta: "Como sempre, estarei disponível para servir o meu partido e para servir Portugal".
"PS tem uma responsabilidade fundamental com o país"
O candidato à liderança do PS e ex-ministro da Administração Interna defendeu que o "PS tem uma responsabilidade fundamental com o país" e que, por isso, tem "de continuar o esteio da esperança", razões que o levaram a tomar a decisão de avançar com a candidatura.
"Decidi disponibilizar-me, mantendo o diálogo com os meus camaradas, para servir o PS e o país. É necessário manter esse diálogo e aguardar pelas decisões dos órgãos, que vão decidir sobre a proposta que o presidente do partido vai apresentar. Nada poderá obstaculizar essa disponibilidade, mas é preciso colocá-la nos termos do diálogo que tem de continuar a ocorrer com os meus camaradas", justificou.
José Luís Carneiro deixou ainda claro que está "fora da opção do bloco central", por considerar que "não é necessário" e "seria prejudicial aos dois partidos" admitindo, ainda assim, compromissos com a AD.
Objetivo? "Repensar o PS e a sua relação com o país"
O deputado socialista, José Luís Carneiro, quer "repensar o PS e a sua relação com o país" e defende "consensos democráticos" em cinco áreas de soberania, incluindo "uma reforma eleitoral, a começar pelas autarquias".
Estes são alguns dos tópicos da moção da candidatura de José Luís Carneiro a secretário-geral do PS, até agora a única, ideias avançadas pelo Expresso e confirmadas à Lusa, na véspera da sua apresentação oficial.
Segundo estas linhas gerais, a moção estará "em evolução com o objetivo de recolher os contributos da sociedade portuguesa".
Será ainda lançada uma reflexão que tem por base "ouvir e dar voz às pessoas".
Spinumviva? "É público que a PGR tem em curso uma averiguação para procurar esclarecer dúvidas"
José Luís Carneiro, defendeu que cabe à justiça averiguar a empresa familiar de Luís Montenegro, a Spinumviva, notando que é o que lhe parece "razoável, adequado e sensato".
"O Partido Socialista não pode abdicar de nenhum dos instrumentos de escrutínio da ação do Governo. As comissões de inquérito são um dos instrumento de escrutínio do Governo. Contudo, é público que a Procuradoria-Geral da República tem em curso uma averiguação para procurar esclarecer dúvidas que ainda prevalecem sobre esses assuntos. Deixemos que o assunto seja tratado pela Justiça. É aquilo que me parece razoável, adequado, sensato à luz daquilo que são as informações que dispomos nesta altura", afirmou.
E as Presidenciais? "Há uma decisão de Seguro e deve ser reconhecida como um ato de coragem"
José Luís Carneiro salientou ainda não estar "investido da legitimidade" para se pronunciar acerca da posição do partido quanto à candidatura de António José Seguro às eleições presidenciais de 2026.
"Sou candidato à liderança do Partido Socialista, teremos eleições no dia 27 e no dia 28 deste mês, e a primeira palavra que posso deixar é de que há uma decisão de António José Seguro e ela deve ser reconhecida como um ato de coragem, um ato de cidadania e é de saudar a sua disponibilidade", disse.
O socialista notou ainda que a decisão de [António José Seguro] concorrer a Belém é uma "decisão unipessoal", destacando que "não são candidaturas partidárias" e que são resultado de "um ato de cidadania e da subscrição do apoio dos cidadãos".
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