Numa reação à nomeação de Elisa Ferreira, vice-governadora do Banco de Portugal, para tutelar a Coesão e Reformas na nova Comissão Europeia, ficando assim responsável pelos fundos estruturais, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, referiu, em declarações aos jornalistas à margem da visita à Autoeuropa, em Palmela, não ter "nada contra a senhora".
"Nem quero fazer nenhum reparo político. Mas o problema está sempre nos centros de decisão", começou por dizer sobre a antiga-ministra, acrescentando que a "senhora deputada pode estar muito bem intencionada, mas depois de quem é a decisão, do envio e aplicação [de fundos comunitários]?".
"Por aquilo que conhecemos em termos de política da União Europeia as prioridades não vão bem para o que é preciso", atirou.
A nova Comissão Europeia deverá entrar em funções em 1 de novembro, depois do necessário aval da assembleia europeia.
Elisa Ferreira, 63 anos, foi ministra dos governos chefiados por António Guterres, primeiro do Ambiente, entre 1995 e 1999, e depois do Planeamento, entre 1999 e 2002, foi eurodeputada entre 2004 e 2016, tendo ocupado desde setembro de 2017 o cargo de vice-governadora do Banco de Portugal.
A futura comissária, a primeira mulher portuguesa a integrar o executivo comunitário desde a adesão de Portugal à comunidade europeia (1986), sucederá a Carlos Moedas, que foi comissário indicado pelo anterior governo PSD/CDS-PP, e que teve a seu cargo a pasta da Investigação, Ciência e Inovação e foi nomeado em novembro de 2014.