Bloco confronta Governo na AR sobre supressões nos transportes públicos
O BE vai pedir respostas ao Governo na sexta-feira, no parlamento, sobre "as dezenas de supressões nos transportes públicos" urbanos e suburbanos, criticando a falta de investimento e o incumprimento de anúncios já feitos pelo executivo.
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Política Parlamento
O BE agendou para sexta-feira, na Assembleia da República, um debate de urgência sobre "supressões nos transportes públicos urbanos e suburbanos", tendo fonte da secretaria de Estado dos Assuntos Parlamentares adiantado à agência Lusa que, pelo Governo, estarão presentes, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, e o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes.
"Queremos confrontar o Governo e o Governo tem que dar respostas relativamente às supressões que tem havido nos vários transportes públicos, sobretudo na zona urbana de Lisboa e um dos casos mais graves tem sido o caso da Soflusa, com dezenas de supressões", adiantou à agência Lusa a deputada do BE Joana Mortágua.
Só na segunda-feira, exemplificou Joana Mortágua, "foram dezenas de supressões e muitas delas concentradas em hora de ponta", considerando que é algo que "está a atingir níveis dramáticos para a vida daquela população", dando ainda o exemplo das supressões na linha de Sintra, da CP, nos últimos 15 dias.
"Torna-se evidente que há aqui dois problemas. Por um lado, deixou-se arrastar, durante demasiado tempo, a falta de investimento que havia nas empresas de transportes públicos e nós sabemos que o Governo do PSD e do CDS-PP as deixou no osso, mas este Governo demorou muito tempo em resolver os problemas", criticou.
A deputada do BE questiona assim o porquê de, "havendo necessidade de investimento, e essa necessidade sendo conhecida desde o início do Governo", só agora se começar "a fazer qualquer coisa", ainda que apenas com anúncios e sem nenhuma resposta imediata.
"A segunda coisa é relativamente aos passes e aumento de frequência de passageiros com a redução do preço e aumento da procura dos passes. Uma coisa que era expectável, esperável, previsível e que está a criar o caos, não apenas nestes transportes que estão com supressões", condenou.
Neste caso, Joana Mortágua dá o exemplo dos TST "em que a resposta rodoviária não está de maneira nenhuma a compensar o aumento dos passes", havendo "mais pessoas a quererem apanhar o autocarro e não há autocarro para apanhar".
"O Governo tem todos os instrumentos possíveis para tratar disto, não é falta de legislação, não é falta de proposta e não é falta de votações propostas pelo Bloco de Esquerda e por outros partidos. É falta de vontade do Governo relativamente a anúncios que, ainda por cima, foram feitos e não foram cumpridos", criticou.
A deputada bloquista aproveitou para lembrar que o primeiro-ministro, António Costa, "disse que ia haver um reforço de resposta" nos transportes públicos.
"O problema é que, até agora, essa promessa não passa disso e nós queremos que ela se transforme em realidade", atirou.
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