Aquecimento global é uma fraude? Livre aponta sete mentiras sobre o tema
Iniciativa do partido ecologista surgiu a propósito do Dia das Mentiras que se assinalou ontem, 1 de abril.
© Global Imagens
Política Partidos
Muitas foram as pessoas e até instituições que aproveitaram o Dia das Mentiras para fazer passar mensagens importantes - como foi o caso da PSP e da GNR, por exemplo. E o partido Livre não foi exceção.
Numa publicação feita no seu site oficial, o partido liderado por Rui Tavares aponta sete “supostas evidências” que são ditas por aqueles que não acreditam no fenómeno das alterações climáticas.
A primeira “mentira” diz respeito à crença de que o “aquecimento global é uma fraude porque as mudanças climáticas são naturais e permanentes”.
A este respeito, o Livre lembra o fenómeno El Niño que “causa o aumento das temperaturas e provoca inundações em certas partes do mundo e seca noutras” e recorda que o Ártico está “cada vez mais verde, pois o aquecimento dessa região promove o crescimento de musgo”, o que vai alterar não só a paisagem como “toda a biologia da área”.
Desde o início de medições, tem-se verificado um aumento sistemático das temperaturas médias da atmosfera terrestre e do mar. A temperatura global média aumentou 0,85 graus Celsius entre 1880 e 2012, e cada uma das últimas três décadas foi mais quente do que todas as outras registadas
Em segundo lugar, é apresentada como mentira a afirmação de que “se a temperatura média apenas subiu 0,85 graus Celsius em 130 anos as mudanças não serão muito drásticas”. Embora a larga maioria das pessoas goste do calor, em detrimento do frio, a verdade é que “sem uma ambiciosa proteção do clima, a temperatura média global pode vir a subir ainda mais até final deste século”, o que se traduz em “mais eventos climáticos extremos”.
O planeta Terra é um sistema complexo mas flexível e será capaz de se adaptar às mudanças que a Humanidade trouxe. A questão é se nós próprios conseguiremos sobreviver às rápidas alterações que temos vindo a provocar e se estamos preparados para viver sem os ecossistemas e a biodiversidade que co-evoluiu connosco
Quanto à questão do CO2, que muitos defendem que é um “elemento natural” que “sempre existiu”, o Livre admite que “existe libertação natural de gases, como CO2 e metano, nomeadamente pelas plantas, vulcões ou animais”.
Porém, sublinha, as “emissões causadas pela Humanidade são excessivas e não são totalmente absorvidas pelo balanço natural do planeta. Além de que este balanço é também ameaçado pela desflorestação”.
De referir que existe consenso na comunidade científica sobre o facto de as atividades humanas influenciarem as mudanças climáticas e que vários indicadores provam que a humanidade vive atualmente acima das suas possibilidades no que à sustentabilidade ecológica do planeta diz respeito
A quem defende que “não é possível prever o clima daqui a dezenas de anos”, até porque “nem as previsões para o próximo fim de semana são fiáveis”, o partido ecologista afirma que “existem diferenças científicas entre previsões meteorológicas e modelos climáticos”, diferenças estas que tornam “mais fácil reconhecer tendências climáticas ao longo das décadas”. E as consequências, alerta o partido, serão sentidas com maior impacto por “aqueles que menos têm contribuído para as mesmas, desde logo os habitantes de muitos países pobres, no hemisfério Sul”.
E desengane-se quem duvida que o aquecimento global exista devido às cada vez mais frequentes tempestades de neve, ciclones e chuvas torrenciais. O que acontece é que o “aumento da temperatura média do planeta faz com que os equilíbrios previamente existentes se alterem e passem a existir fenómenos climáticos mais imprevisíveis e descontrolados”.
Para terminar, o Livre garante que é mentira que os “avanços tecnológicos vão resolver qualquer problema que surja” relativamente ao meio-ambiente, sendo também apontado como mentira o facto de que “combater as alterações climáticas teria um enorme custo para a humanidade”.
É possível combater as alterações climáticas e aumentar o conforto e segurança de todos os seres humanos. O custo do combate às alterações climáticas não deve recair sobre as pessoas (ninguém vai ter de viver sem eletricidade nem ter de se deslocar exclusivamente a pé ou de bicicleta). Há muito dinheiro no mundo – está apenas mal distribuído. Se combatermos a fuga de capital para os paraísos fiscais, por exemplo, teremos dinheiro suficiente para uma transição energética justa que permita encontrar alternativas a todas as fontes de energia fóssil e criar milhares de empregos na área das energias renováveis
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