Vital Moreira concorda com a afirmação do primeiro-ministro sobre “endogamia política”. Em entrevista à TSF/Dinheiro Vivo, António Costa disse, a propósito da polémica dos membros do Governo com ligações familiares, que “as pessoas não pensam [politicamente] da mesma maneira por serem marido e mulher”.
O constitucionalista, que é casado com Maria Manuel Leitão Marques, concorda em absoluto com esta afirmação, deu conta no blogue Causa Nossa.
“Nem são precisas mais evidências”, realçou, sublinhando que o mesmo se aplica à relação política entre pais e filhos, numa alusão ao caso de Vieira da Silva, ministro da Segurança Social, e Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência e da Modernização, que subiu ao cargo na última remodelação governamental.
Leitão Marques, recorde-se, saiu do Governo para integrar a lista do PS ao Parlamento Europeu nas eleições de 26 de maio.
Sublinhe-se que no centro da polémica estão as ligações familiares, por exemplo, entre o ministro Vieira da Silva e a sua filha, Mariana Vieira da Silva, promovida a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa; e entre Pedro Nuno Santos, recém nomeado ministro das Infraestruras e Habitação, e Catarina Gamboa com quem é casado, que, por sua vez, foi nomeada chefe de gabinete de Duarte Cordeiro, que subiu a secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares na última remodelação governamental.
Entretanto, foram sendo noticiados outros casos, como o da mulher do próprio Duarte Cordeiro, Susana Ramos, que também foi nomeada pelo Governo.
Depois de o Bloco de Esquerda ter afirmado que estes casos deveriam levar o Governo a uma "reflexão", e de Carlos César ter reagido recordando os casos de ligações familiares tanto no Bloco como no PSD, Marcelo pronunciou-se sobre a polémica.
O Presidente da República afirmou que "a família de Presidente não é Presidente" e lembrou que foi o seu antecessor quem designou o atual Governo, o que levou Cavaco Silva a intervir. Criticando o excesso de casos, defendeu que este Governo não tem comparação com o que deu posse em 2015. E, "por curiosidade", realçou, consultou os seus três governos do tempo em que foi primeiro-ministro. Disse não ter encontrado nenhum caso de ligação familiar. Mas houve.