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No baú dos seus governos, Cavaco não detetou "nenhuma ligação familiar"

Cavaco responde a Marcelo e garante que nos seus três governos, no período de dez anos em que foi primeiro-ministro, não havia nenhuma ligação familiar. "Espero não me ter enganado", sublinha o antigo Presidente que nunca se engana.

No baú dos seus governos, Cavaco não detetou "nenhuma ligação familiar"
Notícias ao Minuto

19:32 - 27/03/19 por Melissa Lopes

Política Antigo presidente

Cavaco Silva não deixou Marcelo Rebelo de Sousa sem resposta. A propósito da polémica que envolve o Governo PS, no que toca aos casos de ligações familiares entre os seus membros, o atual Presidente da República lembrou, esta terça-feira, que foi o seu antecessor quem nomeou o Executivo de Costa.

Cavaco Silva defendeu que “não há comparação” entre o Governo a que deu posse em 2015 e o que está atualmente em funções.

O ex-Presidente da República começou por dizer que não queria tomar posição pública sobre a atualidade política, mas perante a insistência dos jornalistas relativamente ao caso das relações familiares no Governo acabou por responder, salientando o desconhecimento que tinha sobre a situação.

"Nos últimos dias aprendi bastante sobre as relações familiares entre membros do Governo e confesso que era bastante ignorante em relação a quase tudo aquilo que foi revelado, mas entendo que não devo fazer qualquer comentário porque já foi dito tudo ou quase tudo e eu não acrescentaria nada de novo", disse.

Confrontado com o facto de ter dado posse ao atual Governo, liderado por António Costa, o antigo chefe de Estado destacou que considera que a escolha dos membros do executivo compete ao primeiro-ministro. Além disso, justificou "não há comparação" entre o Governo de 2015 e o atual. 

Não há comparação possível em relação ao governo que dei posse em 2015”, disse Cavaco Silva em declarações aos jornalistas, à margem de uma conferência que proferiu na Universidade da Beira Interior sobre 'A singularidade da construção europeia e o futuro do euro'. E  acrescentou que, de acordo com o leu, “parece que não há comparação em nenhum outro país democrático desenvolvido”.

E “por curiosidade”, contou, foi verificar a composição dos seus três governos do tempo em que foi dez anos primeiro-ministro. “Não detectei lá, espero não me ter enganado, nenhuma ligação familiar”, garantiu. 

Marcelo, por sua vez, não tardaria a responder a Cavaco. Questionado pelos jornalistas, o atual Presidente da República disse que é um "facto histórico" que foi o seu antecessor quem nomeou os quatro membros do Governo com relações familiares.

"Já é a terceira vez que se fala nisso, é um ponto de facto que o Presidente Cavaco nomeou os quatro membros do Governo que têm relações familiares, em novembro [de 2015]", disse Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações à RTP, em Almada, distrito de Setúbal.

Na quinta-feira, quando instado a comentar as críticas às relações familiares no seio do Governo, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que se limitou a aceitar a designação feita por Cavaco Silva, "que foi a de nomear quatro membros do Governo com relações familiares, todos com assento no Conselho de Ministros".

Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que aceitou essa solução "partindo do princípio de que o seu antecessor, ao nomear aqueles governantes, tinha ponderado a qualidade das carreiras e o mérito para o exercício das funções".

"Depois disso, não nomeei nenhum outro membro com relações familiares para o exercício de funções no executivo e com assento no Conselho de Ministros", salientou.

Recorde-se que no centro da polémica estão as ligações familiares, por exemplo, entre o ministro Vieira da Silva e a sua filha, Mariana Vieira da Silva, promovida a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa; e entre Pedro Nuno Santos, recém nomeado ministro das Infraestruras e Habitação, e Catarina Gamboa com quem é casado, que, por sua vez, foi nomeada chefe de gabinete de Duarte Cordeiro, que subiu a secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares na última remodelação governamental.

Entretanto, foram sendo noticiados outros casos, como o da mulher do próprio Duarte Cordeiro,  Susana Ramos, que também foi nomeada pelo Governo.

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