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"A única saída da Venezuela é realizar novas eleições"

O eurodeputado Francisco Assis (PS) considerou hoje que a saída para a situação na Venezuela é o reconhecimento da Assembleia Nacional como o único órgão legitimamente eleito e a realização de novas eleições presidenciais no país.

"A única saída da Venezuela é realizar novas eleições"
Notícias ao Minuto

12:05 - 24/01/19 por Lusa

Política Francisco Assis

"A situação na Venezuela é extremamente difícil, mas a única saída passa pelo reconhecimento de que a Assembleia Nacional é o único órgão legitimamente eleito e a realização de novas eleições", disse Assis à Lusa.

O regime do presidente Nicolás Maduro, acrescentou, "está esgotado e não dispõe de condições para prosseguir", depois de ter conduzido o país "a uma crise profunda no plano político, económico e humanitário".

Assis, que em junho liderou uma missão do Parlamento Europeu junto dos refugiados venezuelanos instalados na fronteira com o Brasil, apelou à "alteração radical e pacífica" da situação no país, acrescentando que "o pior seria que o presidente entrasse numa guerra".

O eurodeputado referiu ainda que o regime de Maduro está isolado internacionalmente, sendo apenas apoiado por "regimes que não são exemplo no que respeita à democracia".

O líder do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.

"Levantemos a mão: Hoje, 23 de janeiro, na minha condição de presidente da Assembleia Nacional e perante Deus todo-poderoso e a Constituição, juro assumir as competências do executivo nacional, como Presidente Encarregado da Venezuela, para conseguir o fim da usurpação [da Presidência da República], um Governo de transição e eleições livres", declarou, num dia marcado por protestos contra Nicolás Maduro por todo o país que fizeram pelo menos sete mortos.

O engenheiro mecânico de 35 anos tornou-se rapidamente o rosto da oposição venezuelana ao assumir, a 03 de janeiro, a presidência da Assembleia Nacional, única instituição à margem do regime vigente no país.

Nicolás Maduro iniciou a 10 de janeiro o seu segundo mandato de seis anos como Presidente da Venezuela, após uma vitória eleitoral cuja legitimidade não foi reconhecida nem pela oposição, nem pela maior parte da comunidade internacional.

Os Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e quase toda a América Latina, à exceção de México, Bolívia e Cuba, da Rússia e do Irão -- que se mantêm ao lado de Maduro, que consideram ser o Presidente democraticamente eleito da Venezuela -, já reconheceram Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela.

Por seu lado, a União Europeia defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, sublinhando que "os direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu Presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados" e instando à "abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional".

Da parte do Governo português, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, expressou na quarta-feira pleno respeito pela "vontade inequívoca" mostrada pelo povo da Venezuela, disse esperar que Nicolás Maduro "compreenda que o seu tempo acabou" e apelou para a realização de "eleições livres".

A Venezuela, país onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.

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