Falando aos deputados na Assembleia Municipal de Lisboa (AML), Medina considerou que "não interessa a ninguém, não interessa ao Patriarcado, não interessa à freguesia, não interessa seguramente à Câmara insistir numa solução que não tem o apoio da freguesia e da população".
"Acho que aí aconselha a prudência e o bom senso que se procurem outras soluções", uma vez que "a ninguém interessa o avanço de uma construção que tem uma natureza iminentemente social, coletiva, contra uma vontade expressa de uma parte da população", acrescentou.
Assim, Fernando Medina afirmou que a Câmara de Lisboa está "muito disponível para trabalhar com a igreja, procurar essa solução", e está também "totalmente disponível para fazer uma permuta relativamente ao direito de superfície, para se encontrar outro terreno em que possa ser instalado, ou o centro social, que era a primeira opção, ou a igreja com o centro social, e que se possa encontrar a solução que não neste terreno".
"Aliás, tomaremos a iniciativa do contacto nesta mesma direção, isto é, promover um encontro para que se possa encontrar uma solução diferente", salientou o socialista, apontando que "conhecendo o sentimento da população de Telheiras, esta é a posição que melhor serve".
"E por isso faremos a nossa obrigação, que é procurarmos uma alternativa dentro do património que Câmara dispõe dentro daquela freguesia, e freguesias limítrofes", disse.
A questão foi levantada na sessão de perguntas à Câmara pela deputada Ana Mateus, do PSD.
Em causa está o projeto para a construção de um centro paroquial, casa mortuária e igreja num terreno com mais de 2.000 metros quadrados, situado entre a rua Hermano Neves e a rua José Escada, um espaço atualmente ajardinado junto à EB1 e ao Jardim de Infância de Telheiras, freguesia do Lumiar.
Segundo um comunicado divulgado na página da paróquia pela equipa coordenadora do projeto, este compreende a construção de uma igreja, um centro para idosos, um armazém para recolha e distribuição de alimentos, um espaço solidário para recolha e distribuição de roupa, um centro de aconselhamento e apoio familiar, um espaço para eventos, salas de reuniões para encontros de várias valências e capelas mortuárias.
Há algumas semanas foi lançada uma petição por pais e encarregados de educação de alunos das escolas de Telheiras, que se opõem à localização da nova igreja e centro paroquial.
Também a Associação de Pais das escolas de Telheiras contesta a localização da obra e o fim daquele espaço ajardinado, pelo que está a agendar para as próximas semanas algumas ações para sensibilizar a população da importância do espaço verde que existe no local, entre as quais um cordão humano que decorreu na quarta-feira.
Entretanto, a Junta de Freguesia do Lumiar promoveu na quinta-feira à noite uma sessão de esclarecimento sobre a construção da nova igreja, tendo o presidente, Pedro Delgado Alves (PS), explicado à Lusa que o encontro tinha por objetivos "apresentar o projeto da paróquia e ponderar algumas alternativas" para a sua aplicação.