Papa lembrou que "o poder da palavra pode vencer a palavra do poder"
O antigo político e académico Adriano Moreira disse hoje que o papa Francisco lembrou ao mundo que "o poder da palavra pode vencer a palavra do poder" e que tem protagonizado a denúncia de um mundo de desigualdades.

© Global Imagens

País Adriano Moreira
"As suas palavras têm poder", referiu, considerando que Francisco enfrenta as situações "com amor e misericórdia" usando uma palavra de paz "sem medo dos riscos e das oposições".
Adriano Moreira falava na conferência "Cinco anos com o Papa Francisco", organizada pela Agência Ecclesia, Rádio Renascença e Universidade Católica Portuguesa (UCP), no auditório Cardeal Medeiros, na UCP, em Lisboa.
Na sua intervenção sobre a temática "Cinco anos tempo suficiente para mudar?", o académico de 95 anos, especialista em relações internacionais, destacou as propostas do papa para responder aos desafios da Igreja e do mundo, assim como o reconhecimento das desigualdades.
"Assumiu a dor moral de cumprir o dever de reconhecer a intolerável situação que o mundo das desigualdades ainda tem traços de escravatura", disse.
Na mesma conferência foi ainda abordado, no painel "Cinco dias em retiro com o papa: o que Francisco diz em silêncio", o recente retiro do papa, orientado pelo padre português José Tolentino Mendonça
José Tolentino Mendonça fez a primeira meditação do retiro da Quaresma do papa Francisco e dos colaboradores da Cúria Romana.
Hoje, na conferência, falou um pouco dessa experiência, indicando que o papa é "um cristão maduro, adulto na sua fé e consistente" e que essas características são visíveis no silêncio, na palavra, na forma como caminha e como olha.
O papa Francisco, adiantou o padre José Tolentino Mendonça, veio acordar a Igreja na capacidade de ouvir os mais pobres, os mais frágeis, que escuta o sofrimento humano e "isso para os cristãos é importante".
Na assistência estava o núncio apostólico em Portugal, Rino Passigato, que quis saber se nesse retiro de uma semana como era o ambiente entre a Cúria romana e o papa tendo em conta que "se fala (nos órgãos de comunicação social) de uma tensão, de uma desconfiança reciproca"
Tolentino Mendonça respondeu agradecendo a pergunta e garantindo que há um clima de fraternidade e de grande simplicidade cristãs que considerou ser tocante.
"Como padre e cristão foi edificante ver aqueles pastores que têm o governo da Igreja a colocar-se de joelhos e a dar testemunhos de oração extraordinários", disse, destacando este ritual de meditação com a Cúria Romana como um dos sinais mais importantes do papa Francisco.
O argentino Jorge Mario Bergoglio, 81 anos, tornou-se no primeiro pontífice oriundo da América Latina, a 13 de março de 2013, numa escolha considerada surpreendente, já que estava entre os cardeais mais velhos do conclave.
Francisco, o primeiro papa jesuíta, pediu "irmandade" entre os 1,2 mil milhões de católicos e rezou juntamente com a multidão na praça de São Pedro e afirmou que os cardeais "tinham ido ao fim do mundo" para o eleger.
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