Para o especialista em comportamentos aditivos Manuel Cardoso, a decisão dos juízes “parece uma apologia ao consumo de bebidas alcoólicas no local de trabalho”.
A decisão da Relação do Porto passou por obrigar a empresa a reintegrar o funcionário, de recolha de lixo, mas também por explicar como uma bebida ou outra poderia beneficiar trabalhador e trabalho.
“Com álcool, o trabalhador pode esquecer as agruras da vida e empenhar-se muito mais a lançar frigoríficos sobre camiões”, lê-se no texto dos juízes. Palavras que Mouraz Lopes, da Associação Sindical dos Juízes Portuguese, admite não ser “usual ou comum”.
Já o subdirector-geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas dependências é mais crítico e sublinha que “não se espera da Justiça este tipo de comentário, é muito desadequado vindo de alguém com cargos de responsabilidade e poder”.