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Lia tem uma missão: Viajar até Angola para ajudar uma criança autista

Lia é a primeira cadela de assistência a ser entregue a uma criança autista em Angola.

Lia tem uma missão: Viajar até Angola para ajudar uma criança autista
Notícias ao Minuto

07:54 - 14/01/18 por Liliana Monteiro

País APCA

É hoje entregue em Angola o primeiro animal canídeo de assistência a uma criança autista pelas mãos do Presidente da Associação Portuguesa de Cães de Assistência (APCA), Rui Elvas.

A cadelinha Lia, com apenas 4 meses e 1 semana, faz hoje a viagem de avião que a levará de Lisboa para Luanda, em Angola, onde será entregue a um menino autista, de 5 anos. Este é o primeiro cão de assistência certificado pela APCA a ser entregue em território africano.

No total, a APCA já certificou 12 cães, três em Portugal e nove no estrangeiro (nos Estados Unidos, Chile, Alemanha e Dinamarca). É também a única associação portuguesa que certifica cães de assistência na área de Medical Dogs – animais que dão assistência a pessoas com patologias físicas ou mentais.

O projeto nasceu em 2014. Rui Elvas estava à frente de um centro de treino para cães domésticos, quando foi procurado por uma família com uma criança diabética, em busca de um cão que lhe pudesse prestar assistência nesta doença. O Presidente da APCA aceitou o desafio e contactou diversos especialistas na área, especialmente norte-americanos que lhe deram, a ele e à sua equipa, formação adequada.

Segundo Rui Elvas, estes cães são treinados para quebrar barreiras que dificultam a integração de crianças e adultos na sociedade. “No caso específico do autismo, a criança fecha-se no seu mundo e tem muita dificuldade em conectar-se com os outros. Estão desconfortáveis em contextos sociais e em situações onde estão rodeadas por pessoas estranhas ou por multidões. Os cães de assistência obrigam a criança a desligar-se de tudo o que está a acontecer ao seu redor, e que lhes pode causar um incómodo extremo, e a focar-se neles como seus companheiros. Deste modo a criança sente-se mais calma, e sintomas como a agressividade ou a vontade de fugir são atenuados”, explica Rui Relvas.

Os cães de assistência são treinados para auxiliar pessoas com vários problemas e patologias, desde diabetes, a mobilidade reduzida, a epilepsia, ou o autismo, entre outros, tornando-as mais autónomas e integradas na sociedade. Em alguns casos, estes animais já ajudaram a salvar vidas, dando o alarme quando os donos se encontram em situação de risco.

A família de adoção da cadela de assistência Lia, certificada pela APCA, procurou este tipo de terapia e decidiu contactar diretamente a organização. “O treino que damos aos cães é intensivo e começa logo nos primeiros tempos de vida do animal. Principalmente, quando estamos a falar de crianças gostamos que o cão seja introduzido nas suas vidas desde bebé, entre as primeiras 8 e 12 semanas desde o seu nascimento, para que os dois possam crescer juntos e habituarem-se um ao outro o mais cedo possível”.

Segundo, a APCA esta família angolana terá acompanhado outro caso de sucesso nesta área, nomeadamente a história do cão Sinatra e de Miguel, também autista, e foi a partir daí que decidiu optar por esta abordagem.

O cão Sinatra tornou-se o melhor amigo de Miguel, diagnosticado com autismo aos 18 meses. Miguel não comunicava com a família e tinha dificuldades em estar em locais com muitas pessoas. Sinatra acompanhava-o, recolhia as atenções para ele e foi o grande apoio de Miguel. Tornou-se o primeiro cão de assistência em Portugal e até originou o livro 'Uma Amizade Especial'.

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