A Polícia Judiciária está a investigar o assalto que, na madrugada desta quarta-feira, resultou na morte de uma mulher em plena Segunda Circular, em Lisboa. Alegadamente, trata-se de uma inocente, tendo a morte sido acidental. Mas, soube o Notícias ao Minuto, a PJ não descarta a hipótese de existir uma ligação entre os ocupantes do segundo carro e os assaltantes que fugiram e cujo paradeiro ainda se desconhece.

Recorde-se que tudo começou no Pragal, em Almada, quando dois assaltantes fizeram explodir uma caixa Multibanco cerca das 03h00.

Na sequência do assalto, os ladrões fugiram numa viatura cujas características foram transmitidas à PSP por testemunhas que viram o que se passou.

Nesta sequência a polícia comunicou as informações obtidas à PSP da área metropolitana de Lisboa e de outras áreas adjacentes à de Setúbal, tendo-se encetado uma perseguição ao carro e aos dois assaltantes.

Momentos depois, foi avistada na 2.ª circular, em Lisboa, no sentido Benfica-Sacavém, uma viatura suspeita com as características correspondentes ao carro usado no furto. Apercebendo-se da presença da polícia, os assaltantes, garante a PSP em comunicado, “circularam em diversas vias a alta velocidade e em contramão, colocando em perigo todas as pessoas que ali se encontravam”.

A esta perseguição seguiu-se uma troca de tiros entre a polícia e os assaltantes, com as autoridades a “ripostarem” à ação dos ladrões, mas com estes a conseguirem fugir.

Nesta sequência, mas na zona da Encarnação, foi detetada uma viatura que correspondia à descrição do veículo conduzido pelos assaltantes. Face à ordem de paragem da PSP, o condutor tentou atropelar os agentes e, “em ato contínuo, [os polícias] foram obrigados a recorrer a armas de fogo”.

A viatura em causa acabou por ser intercetada mais tarde, tendo os agentes percebido que o condutor e o ocupante não eram os assaltantes. Na sequência da troca de tiros, a mulher que seguia no lugar do pendura acabou por morrer com uma bala disparada pela polícia que a atingiu no pescoço.

O Notícias ao Minuto apurou que a Polícia Judiciária, que está encarregue da investigação, não descarta a hipótese de o segundo carro estar relacionado com o primeiro, servindo para distrair os polícias e possibilitando, assim, a fuga dos assaltantes. Embora, sublinhe-se, se trate apenas de uma suspeita nesta fase da investigação.

Contactada, a Polícia Judiciária recusou-se a comentar o caso, sendo que a PSP optou também por não prestar mais esclarecimentos.

Para já o que é certo é que os assaltantes continuam a monte, uma mulher – que alegadamente nada tem a ver com o caso – morreu e que a Inspeção-Geral da Administração Interna já ordenou a abertura de um inquérito para apurar o que aconteceu na madrugada desta quarta-feira que abalou Lisboa.