Num comunicado enviado à agência Lusa, o município, do distrito de Beja, refere que está "muito descontente" com o serviço de abastecimento público de água à população do concelho prestado pela empresa Águas Públicas do Alentejo (AgdA), à qual "exige responsabilidades" pelos problemas.
Devido aos problemas, a Câmara de Aljustrel conclui que há "incumprimento contratual" por parte da AgdA e, por isso, "deixará de proceder ao pagamento" do serviço prestado até que os problemas sejam resolvidos "de forma definitiva" e o abastecimento de água às populações do concelho "seja realizado de acordo com o contrato" assinado entre a empresa e o município.
Segundo a autarquia, desde que a AgdA iniciou os trabalhos de higienização dos depósitos de água de Aljustrel, que decorreram entre os dias 23 e 31 de maio, "que se têm verificado carências graves ao nível do fornecimento de água, havendo algumas zonas que ficam frequentemente privadas de água em largos períodos do dia".
Por outro lado, após uma rotura ocorrida na quarta-feira junto à estação elevatória da aldeia de Rio de Moinhos, que "quebrou o abastecimento" de água aos reservatórios da vila de Aljustrel, "várias zonas têm também estado privadas do fornecimento de água", situação que se mantém até hoje.
Atualmente, "basta ocorrer uma rotura na conduta adutora ou uma avaria na estação elevatória de Rio de Moinhos para não haver abastecimento à população, visto que a AgdA não está a conseguir manter os níveis dos depósitos", salienta o município.
A resolução da questão dos níveis dos depósitos e a instalação de alternativas é "particularmente imperiosa e urgente", porque, "caso se verifique um problema mais grave no sistema atual, seja na estação elevatória, seja na conduta adutora", a vila de Aljustrel "corre o risco de ficar sujeita a vários dias sem abastecimento de água", alerta o município.
Tendo em consideração "o dever de reciprocidade nas relações obrigacionais", a Câmara de Aljustrel lembra que, no passado, quando houve "incumprimentos contratuais pontuais por parte do município", sofreu "penalizações, que assumiram a forma de juro de mora em favor da AgdA".
A AgdA, que resulta de uma parceria entre a Águas de Portugal, em representação do Estado, e a Associação de Municípios para a Gestão da Água Pública, foi criada, em 2010, para melhorar e gerir o abastecimento em alta e o saneamento de águas residuais de 14 concelhos do distrito de Beja, quatro de Évora e três de Setúbal.
A Lusa contactou hoje a AgdA, que remeteu para mais tarde eventuais reações aos problemas denunciados e à acusação feita pela Câmara de Aljustrel.